Seis mortes por afogamento no primeiro dia do ano deixam mineiros em alerta
As seis mortes por afogamento somente nas primeiras 24 horas de 2020 deixam os mineiros em estado de atenção. O número de casos tende a aumentar nesta época, marcada por verão, calor e férias, fazendo com que mais pessoas procurem cachoeiras, rios e lagos para se refrescarem. O descuido é o principal motivo das ocorrências.
Em 2019, de janeiro a novembro, o Corpo de Bombeiros atendeu a 721 casos em todo o território. O tenente Douglas Constantino destaca, no entanto, que a explosão dos registros acontece de dezembro a março.
“É um período de muita chuva que, mesmo sendo rápida, favorece a ocorrência de tromba ou cabeça d’água”, explicou.
Esse último fenômeno fez o volume de água subir repentinamente na cachoeira do Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, no Sul de Minas, no dia 1º. Lá, três pessoas de uma mesma família perderam a vida.
Já em Taquaraçu de Minas, uma menina de 9 anos caiu em um rio e foi arrastada pela correnteza. O corpo dela foi localizado pelos próprios parentes.
Um adolescente, de 14, também morreu afogado ao tentar nadar em uma cachoeira em Unaí, Noroeste de Minas. E nesta quinta-feira, o corpo de um homem de 55 anos foi localizado dentro de uma represa em Indianópolis, no Triângulo Mineiro. A vítima havia desaparecido no dia anterior, à tarde. Amigos relataram que ele planejava atravessar a represa a nado, mas submergiu e não foi mais visto. A represa tem aproximadamente o tamanho de um campo de futebol, de acordo com o Corpo de Bombeiros.
PERIGO
Quem não sabe nadar não deve frequentar esses locais, alerta o tenente Constantino. Em clubes, geralmente, o perigo é menor por haver salva-vidas.
“Em Minas, os afogamentos e óbitos são mais comuns em cachoeiras, rios e lagoas, porque são mais visitados, ermos e com menos vigilância”.
Além disso, a instabilidade da água agrava o cenário. “Em caso de correnteza, nem quem sabe nadar deve se arriscar”, aconselhou o bombeiro. O militar enfatiza que o comportamento preventivo reduz em muito os riscos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as lagoas da pedreira e a do Interlagos são os locais que ocorrem afogamentos com mais frequência em Montes Claros – locais em que é proibido nadar.
Outros locais da região em que é comum haver registros de afogamentos são Pirapora (no rio São Francisco), Pandeiros (em Januária), balneário em Grão Mogol e diversas represas espalhadas pelo Norte de Minas.