minas do norte

Servidores do Samu marcam nova paralisação

Paralisação, marcada para o próximo dia 10 de julho, tem como principal demanda o aumento salarial

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 01/07/2024 às 19:00.
Wilson Cordeiro, representante dos socorristas, confirma nova paralisação (Aurélio Vidal)

Wilson Cordeiro, representante dos socorristas, confirma nova paralisação (Aurélio Vidal)

Socorristas do SAMU marcaram uma nova paralisação para o próximo dia 10 de julho em Montes Claros. Uma semana após a manifestação que solicita a recomposição salarial, defasada em pelo menos 35%, ainda não houve consenso entre os funcionários e a diretoria da instituição de saúde.

“Vamos para uma paralisação de 48 horas e posteriormente a isso, possivelmente haverá greve. Estamos caminhando para isso. A categoria está muito decepcionada com tudo que vem acontecendo”, afirma Wilson Cordeiro, delegado de base do Sind-Saude de Montes Claros, que representa a categoria. Ele destaca que a média salarial é de R$ 1.500 e há situações graves na instituição, como a falta de manutenção nas bases, sucateamento de ambulâncias e até a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), que obriga os colegas a compartilhar o equipamento de proteção individual. “É muito difícil trabalhar da forma que está. Lidamos com o salvamento de vidas e nossas vidas estão sendo ceifadas. Os servidores estão adoecidos psicologicamente ou com doenças infecciosas”, lamenta.

Com a paralisação dentro do que permite a lei, a instituição estará com apenas 30% da capacidade em operação, o que irá comprometer serviços como transferência intra-hospitalar (transferência de pacientes entre hospitais) e até no socorro às vítimas de acidentes. “São consequências drásticas, mas estamos sendo levados a isso. 30% comparado à quantidade de demanda que tem, para atender 44 cidades, é catastrófico”, diz Wilson. 

Para um servidor da instituição, que pediu para não ser identificado, o salário é “’humilhante’ e, com os descontos do INSS, não chegamos a retirar o salário mínimo. Trabalhamos por amor e com amor, nossa missão é muito bonita, mas temos família e contas a pagar”, lamenta o funcionário, destacando que o salário não cobre sequer os riscos da profissão, que impactam na saúde dos profissionais. 

Procurado, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun/SAMU Macro Norte) informou que se reuniu no dia 18 de junho com a diretoria do Sind-Saúde para tratar de um reajuste salarial para os profissionais. Na data, foi explicada a situação financeira da instituição, o que, infelizmente, inviabilizaria um aumento neste momento. “O Cisrun não possui renda própria e depende do repasse da União, Estado e municípios para manter o serviço, por isso a instituição tem buscado incessantemente, junto ao Governo do Estado e à União, um aumento no repasse das verbas para que seja possível um reajuste no salário dos colaboradores”, informa o consórcio, ressaltando que, “por fim, o Consórcio respeita o direito à manifestação dos servidores e reitera seu compromisso com os colaboradores. Informa ainda que continuará trabalhando para possibilitar este aumento salarial tão esperado pelos colaboradores e pela gestão do Cisrun/SAMU Macro Norte”.

Entramos novamente em contato com o sindicato, que reafirmou que a paralisação será mantida caso a solução não seja alcançada até a data estipulada. 

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