
Sem entrar em acordo com o governo de Minas, integrantes das forças de segurança do Estado fizeram mais um protesto nesta sexta-feira. A categoria, que não concordou com a proposta de reajuste de 10% feita pelo governo de Romeu Zema (Novo), se reuniu na Cidade Administrativa. Em Montes Claros, policiais civis também fizeram manifestação.
Em greve desde segunda-feira (21), os policiais penais, civis, militares e bombeiros pedem uma adequação no salário ainda maior. Nessa quinta (24), o governo de Minas também chegou a oferecer o pagamento de mais duas parcelas de abono.
Segundo informou Zema, o funcionalismo público deverá receber a correção a partir de maio. O abono, sempre pago em abril, seria ampliado para três parcelas a serem quitadas em março, junho e outubro, com valor referente a 40% da remuneração de um soldado.
De acordo com a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, o valor pago em relação ao chamado “abono-fardamento” é de cerca de R$ 1,8 mil. “Se considerarmos o reajuste de 10%, vão ser três pagamentos de R$ 2 mil”. O Projeto de Lei foi encaminhado à Assembleia Legislativa.
REAÇÃO
A proposta não atende o pedido da categoria, conforme informou o diretor da Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) da região Sudeste, Wemerson Oliveira. Segundo ele, as mudanças são insuficientes, já que o pedido é por uma correção de 37%. “Essas duas parcelas não entram no salário. O governo pode eliminar isso a qualquer momento”.
Em 2020, foi pago um reajuste de 13%, enquanto outros dois – de 12% cada – seriam quitados nos anos seguintes. Os aumentos, entretanto, foram vetados por Zema.
Sem prejuízo ao patrulhamento
Em meio à discussão pelo reajuste das forças de segurança de Minas, o patrulhamento durante o Carnaval não será prejudicado, apesar de a proposta feita pelo governador Romeu Zema (Novo) não atender ao pedido da categoria.
De acordo com o sargento Marco Antônio Bahia, presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), as atividades seguirão, mas com menor empenho, o que já tem ocorrido desde a aprovação da paralisação, na última segunda-feira (21).
“Não tem aquartelamento e nenhum movimento grevista. Mas o ritmo está ruim, houve redução de apreensão de drogas e armas”, afirmou.
MAIS PROTESTO
Segundo o coronel Airton Cirilo, da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM), uma nova manifestação deve acontecer em 9 de março.
A ideia é que 50 mil pessoas se reúnam na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, para protestar contra a proposta do Estado, que é de correção de 10% do salário, mais a ampliação do abono-fardamento de uma para três parcelas.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que, em virtude da pandemia, atuará com reforço de efetivo nas questões envolvendo segurança pública e em apoio aos demais órgãos, caso haja solicitação.
*Com Luiz Augusto Barros