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minas do norte

Salinas: futuro polo global de lítio em expansão

Inicialmente, produção deve variar entre 200 e 220 mil toneladas de minério por ano

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 27/03/2025 às 19:00.

Salinas, situada no Norte de Minas, está prestes a se consolidar como um dos maiores polos de produção de lítio do mundo. A empresa australiana PLS Brasil investiu US$ 370 milhões para adquirir a Latin Resources e prevê a geração de pelo menos mil empregos diretos na região. A cidade poderá figurar entre as dez maiores operações globais do setor devido à escala e ao teor das reservas minerais.

“O Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha são hoje considerados um vale de oportunidades, pois estão situados em uma base mineralógica muito rica. Estudos prévios já indicavam isso, e a PLS está aprofundando essas pesquisas, acreditando que se trata de uma das maiores reservas do mundo”, afirma Maria Araci Magalhães, secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente e presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CNMA).

Atualmente, o projeto está na fase de estudos de engenharia, com perfurações para mapear o minério. A extração deve atender principalmente à demanda japonesa e chinesa, impulsionada pela adoção crescente de veículos elétricos. Ações para garantir uma mineração sustentável estão sendo adotadas, além de estudos sobre os impactos sociais da chegada de uma multinacional a um município com população reduzida. Uma das iniciativas é a parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação João Pinheiro (FJP) para revisar o plano diretor da cidade. Há também investimentos na educação, como o incentivo ao ensino de inglês para preparar os jovens para novas oportunidades de trabalho.

Vitor Sandim, coordenador de relações institucionais da PLS, reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e afirma que a mineração de lítio segue regulamentações rígidas. “Diferente da extração de ferro, essa atividade não exige barragens de rejeitos, reduzindo os riscos ambientais”, explica.

A construção do complexo minerário está prevista para começar entre o final de 2025 e o início de 2026, com operação estimada para o segundo semestre de 2027. Inicialmente, a produção deve variar entre 200 e 220 mil toneladas de lítio por ano, podendo alcançar 1 milhão de toneladas em uma fase posterior.

A importância de Salinas para o cenário global do lítio é outro aspecto destacado pelo coordenador. “Nosso objetivo é ser responsáveis por 25% da produção global de lítio, contribuindo para a transição energética e o desenvolvimento sustentável. A área destinada ao empreendimento é de aproximadamente 400 hectares, incluindo mina, unidades operacionais e estruturas de apoio. Salinas será uma peça-chave nesse processo, com impactos positivos tanto para a economia quanto para o meio ambiente”, concluiu.

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