
O resgate de nove banhistas surpreendidos por uma tromba d’água na cachoeira do Riacho Doce, em Porteirinha, reacende o alerta sobre os perigos de fazer certos passeios sem a orientação de um guia que conheça bem a região.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o grupo passava a tarde no local, no último domingo. A cachoeira fica no Parque Estadual Serra Nova. Quando o nível de água subiu de repente, cobriu as pedras. Parte do grupo foi resgatada com ajuda de um helicóptero. Outras três foram retiradas da cachoeira com técnicas de rapel usadas pelos militares.
Cachoeiras, rios, lagos e represas são destinos muito procurados durante o verão. Mas não são para amadores. A sargento Lisandra Santos, do 7º Batalhão dos Bombeiros Militar (BBM) de Montes Claros, lembra que existe aumento considerável na procura por esses locais em comparação com outros períodos do ano. E reforça: “Todo cuidado é pouco!”
Para que a diversão não termine antes da hora ou acabe em acidentes, a sargento dá algumas orientações importantes.
“Usar coletes salva-vidas, porque as boias geralmente transmitem uma sensação falsa de segurança e, às vezes, as crianças que as estão utilizando podem virar na água”, ensina a militar, ressaltando que crianças podem até mesmo se afogar em águas rasas. Por isso, toda a atenção dos pais ainda é pouca. “Devem estar atentos 100%, porque as crianças se distraem muito”.
Bebida alcoólica e beirada de rio ou cachoeira é risco triplicado. “Bebidas alcoólicas diminuem as noções de riscos, dos prejuízos em relação à coordenação motora, a força, respiração e circulação, podendo prejudicar o desempenho, caso seja necessário”.
Comer muito e nadar em seguida não é recomendado. “Pode haver dificuldade na digestão e desconforto gástrico, além de refluxo e câimbras”.
Se o passeio envolve embarcações, a sargento destaca que é fundamental usar sempre coletes salva-vidas e verificar se a embarcação está respeitando o limite máximo de passageiros em cada viagem.
No período chuvoso, o cuidado precisa ser ainda maior. “Quando aumenta muito o fluxo de água em represa e rios de uma só vez os banhistas não conseguem sair do local a tempo com segurança”.
Guia do Calangos Bike Adventure, Cláudio Pacheco diz que só para a região de Diamantina, onde tem muitas cachoeiras, ele e sua turma de Montes Claros, composta de 45 pessoas, vão de quatro a cinco vezes ao ano, em busca de aventuras. Experiente, sabe que é preciso ter também cautela.
“As pessoas que gostam deste tipo de viagem com aventuras têm que ter acompanhamento de pessoas com experiência ou guias especializados, porque a segurança vem em primeiro lugar”.