Minas do Norte

Quilombolas do Norte do Estado estarão no censo do IBGE

Levantamento será realizado pela 1ª vez no Brasil

Da Redação*
Publicado em 17/08/2022 às 22:26.
Os dados nos territórios quilombolas serão coletados a partir da pergunta: “sua cor ou raça é branca, preta, amarela, parda, indígena?” ((Incra/Divulgação))
Os dados nos territórios quilombolas serão coletados a partir da pergunta: “sua cor ou raça é branca, preta, amarela, parda, indígena?” ((Incra/Divulgação))

Pela 1ª vez, um censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contabilizar a população quilombola do Brasil.  

No Norte de Minas, as cidades de Manga, Chapada Gaúcha, Porteirinha e Serranópolis se destacam por abrigar territórios.

A iniciativa já vinha sendo trabalhada há algum tempo pelos pesquisadores. Ao todo, serão 5.972 localidades quilombolas, que começaram a ser visitadas pelos recenseadores às 9h desta quarta-feira (17), dia de mobilização do censo quilombola. 

“É o primeiro censo em que o IBGE poderá oferecer à sociedade estatísticas oficiais sobre quantos são os quilombolas, onde vivem e como vivem. É muito importante que a própria população quilombola esteja preparada e sabendo que o censo está trazendo essa possibilidade pela primeira vez”, disse a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes.

De acordo com a pesquisadora, com este dia de mobilização a intenção é sensibilizar as lideranças quilombolas para abrirem suas comunidades ao censo e receber os entrevistadores, compreender o que é e a importância do levantamento de dados para retratar a realidade dessa população.  
 
“GRANDE AVANÇO” 
“Outro grande objetivo é mostrar para a população em geral essa grande novidade do Censo 2022 em termos de povos e comunidades tradicionais. Esse é o grande avanço neste censo, a inclusão de mais um grupo de povos e comunidades tradicionais, que é o grupo quilombola”.

Os dados nos territórios quilombolas serão coletados a partir da pergunta: sua cor ou raça é branca, preta, amarela, parda, indígena? Independentemente da resposta,pré-registrada, aparecerá a próxima pergunta: “você se considera quilombola?”. Se a resposta for sim, o questionário vai querer saber: “qual o nome da sua comunidade?”.

Já existe uma lista de comunidades pré-registradas no aplicativo usado pelo recenseador, mas é possível acrescentar nomes que não estejam citados.
 
COR OU RAÇA
Segundo a coordenadora, essa pergunta e a de cor ou raça são feitas separadamente. “Uma não interfere na outra, como está definido no Decreto 4.887, em que se fala em presunção de ancestralidade negra e não de que existe cor ou raça pré-definida para a população quilombola”.

“O IBGE considera quilombola toda pessoa que se autoidentifica como quilombola. Então, no momento da entrevista, o recenseador vai perguntar: “você se identifica como quilombola?”, e o informante vai responder.  

No caso de pessoas que estiverem ausentes do domicílio, ele também vai responder se se considera, ou não, quilombola”, completou a coordenadora.

Marta Antunes disse que para incluir um grupo populacional pela primeira vez é preciso saber o que perguntar e, no caso dos quilombolas, a definição das perguntas do questionário foi um desafio para o IBGE.

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