Conforme o delegado César Salgueiro, a gangue operava com estruturação, explorando vulnerabilidades nos sistemas de segurança dos hospitais (LARISSA DURÃES)
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) encerrou o inquérito que apurou a atuação de uma quadrilha especializada no furto de equipamentos médicos em hospitais da região Norte do estado. Os delitos foram perpetrados em Montes Claros, no dia 22 de junho, e em Janaúba, no dia 24 do mesmo mês. As investigações apontaram que os itens roubados somam mais de R$ 1 milhão. A organização criminosa era composta por dois cidadãos colombianos, um venezuelano e duas brasileiras, os quais foram indiciados pelos crimes de furto qualificado e organização criminosa. Os três homens permanecem presos, enquanto as duas mulheres estão em liberdade provisória.
Segundo o delegado César Salgueiro, da Delegacia de Investigações Especiais (DIE), a quadrilha atuava organizadamente, identificando fraquezas nos sistemas de segurança dos hospitais. “Quatro dos envolvidos eram responsáveis pela execução dos furtos, enquanto uma quinta integrante, residente em São Paulo, funcionava como receptadora dos materiais subtraídos”. Segundo o delegado, os equipamentos furtados eram enviados para São Paulo no mesmo dia dos crimes, utilizando os serviços de correios.
A quadrilha foi presa em flagrante no dia 27 de junho, em Petrolina, Pernambuco, após realizar furtos em Juazeiro, na Bahia. No momento da prisão, parte dos equipamentos furtados foi recuperada. As investigações revelaram que o grupo utilizava sempre o mesmo modus operandi. “Eles se passavam por pacientes para acessar as áreas internas dos hospitais e realizavam os furtos”, esclareceu o delegado.
“Embora tenham negado envolvimento nos crimes praticados em Montes Claros e Janaúba, a polícia conseguiu reunir diversas provas, como imagens de câmeras de segurança que mostram o veículo utilizado nos crimes, registrado em nome da receptadora de São Paulo”, explicou o delegado Salgueiro que informou também que, além dos furtos, foram encontrados documentos falsificados e outros materiais suspeitos na residência de uma das investigadas.
A investigação também apontou que a quadrilha é especializada em furtos de materiais hospitalares e médicos, e que o Norte de Minas foi escolhido por ser considerado um alvo estratégico. A PCMG acredita que os crimes foram realizados sob encomenda, e investiga possíveis envolvidos que possam estar atuando como receptadores desses equipamentos no mercado ilegal.
Os envolvidos, que possuem visto de residência no Brasil, responderão por furto qualificado, associação criminosa, e a receptadora, além desses crimes, também por receptação qualificada. “Caso condenados, poderão cumprir penas que variam entre oito e 11 anos de prisão. As investigações continuam, principalmente em relação ao destino dos materiais furtados e à possível participação de outros membros na organização criminosa”, disse Salgueiro.