minas do norte

Professores e servidores estaduais contra a RRF

Regime prevê o congelamento de salários nos próximos nove anos em Minas Gerais

Larissa Durães
Publicado em 08/11/2023 às 22:00.
Servidores se reuniram em BH para discutirem os impactos da RRF (arquivo pessoal)

Servidores se reuniram em BH para discutirem os impactos da RRF (arquivo pessoal)

Servidores públicos de Minas Gerais realizaram uma greve geral em protesto contra a proposta do governador Romeu Zema (Novo) de aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do Governo Federal. Eles alegam que a proposta pode prejudicar tanto os trabalhadores quanto a população. O grupo se reuniu na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na última terça-feira (7) para discutir os impactos do RRF na educação e na prestação de serviços públicos. O plano de adesão ao RRF inclui restrições orçamentárias, tais como a suspensão de concursos públicos a partir de 2024, duas recomposições salariais de 3% para os servidores públicos em nove anos e a federaliza-ção de estatais.

 
PERDAS
A diretora dos Sindicatos dos Professores do Estado (Sinpro MG), Nalba Rocha, disse que 30 sindicatos de várias categorias de trabalhadores e quase 3000 servidores estiveram na manifestação. “Éramos juízes, advogados, delegados, professores, pessoal da saúde, pessoal dos correios, da Cemig, da Copasa. Todas as categorias que serão prejudicadas. Juntos, conseguimos impedir o Governo Zema aprovasse o Projeto de lei 1.202/19, por hora, na Comissão de Administração Pública”, conta.

Rocha afirma ainda que a representatividade provou uma pressão que foi sentida pelos deputados. “Dissemos para eles que se eles votarem a favor do governo e contra o povo, para ficarmos nove anos sem reajustes salariais, eles podem ter certeza de que eles não voltarão. Na quarta (8) os que ficaram, continuaram a luta por nós, porque ainda não acabou”, explicou. 

Para Renato Ferreira, diretor-coordenador do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (SINDIELETRO) na Regional Norte, a greve foi necessária porque o governador, está jogando a dívida com a União, “que deixou de pagar desde o primeiro ano do seu governo”, nas costas do trabalhador. “Zema quer facilitar a privatização em prol do bem-estar da população. Mas fizeram uma pesquisa e 65% da população mineira é contra a privatização da Cemig e da Copasa”, destaca o sindicalista. 

O departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que as duas estatais, juntas, valem quase 41 bilhões de reais. O Estado, com uma participação um pouco superior a 50%, receberia, se as duas fossem vendidas, 21 bilhões de reais, montante que se mostraria insuficiente para quitar a dívida de Minas, que, segundo a Dívida Pública do Estado, está na casa dos 169 bilhões de reais.

A presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE), Helen Vitória Farias, disse que os estudantes também apoiam a greve. “Com salário baixo e congelado e sem concursos por nove anos, o que será do nosso futuro?”, questiona. 
 
ESTADO
Em vista de todos os questionamentos, o Governo de Minas alega que mantém um diálogo aberto com os servidores e assegura benefícios e revisões salariais com a adesão ao RRF, destacando um recente reajuste de 10,06% em 2022.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por