Reginauro Silva


Enviado especial

Sempre cordial, o prefeito Ronaldo Ramon recebeu a reportagem de O Norte em seu gabinete, na tarde de ontem. Quanto à acusação de prática de nepotismo, diz que a lei de Francisco Sá não pode passar por cima da lei federal, a não ser que o congresso nacional venha a mudar a Constituição. E questiona:

– Será que a irmã do governador Aécio Neves não é importante no seu governo? Será que os parentes do prefeito de Montes Claros, de Coração de Jesus, não são importantes também?

Lembra, inclusive, que seu antecessor, Antônio Dias, tinha como auxiliares diretos seus irmãos Paulo Dias (no mesmo SAAE) e Dardieu Dias (na direção do Hospital municipal). Esse questionamento foi feito, também, pelo vereador Serginho do Açougue no depoimento prestado pelo funcionário Celso Fernando, que confirmou a informação.

O que está acontecendo, na opinião do prefeito de Francisco Sá, é que os vereadores estão sem assunto, quando deveriam se preocupar com coisas mais importantes para a região, como a seca, a falta de segurança, o meio ambiente...

– Esse negócio de CPI virou moda no Brasil, então, convocam CPI para tudo e, agora, pegaram  os prefeitos para Cristo. Mas não me incomodo porque tenho agido dentro da maior regularidade possível.


Por essas e outras, continua Ramon, a câmara até hoje não aprovou o projeto de parcelamento do IPTU, o que representa uma sangria de R$ 600 mil por ano no orçamento da prefeitura. Isto porque a mesa, que é da oposição, não coloca o projeto de lei em votação:

– A câmara precisa ter mais responsabilidade sobre essas questões.

Ainda assim, com minguados recursos, programou para este ano a realização de importantes obras, como a reforma dos hospitais de Catuni e do Bairro Alfredo Dias, o calçamento de nove ruas e asfaltamento de mais cinco e a construção de um mercado para turistas, no estilo de Diamantina, na Praça Zeca de Deus Prado.