De olho na energia limpa

Pesquisadores avaliam produção de biocombustível a partir do bagaço de malte

Vivian Chagas*
@vivianchagass
Publicado em 01/03/2022 às 09:37.
ONDE E QUEM – Pesquisa sobre resíduos da produção de cerveja é feita no Departamento de Engenharia da Ufla pela professora Natália Oliveira: aplicação pode ser extremamente importante para reduzir impactos no meio ambiente (Divulgação)

ONDE E QUEM – Pesquisa sobre resíduos da produção de cerveja é feita no Departamento de Engenharia da Ufla pela professora Natália Oliveira: aplicação pode ser extremamente importante para reduzir impactos no meio ambiente (Divulgação)

Um dos principais resíduos da produção de cervejas, o bagaço de malte pode se tornar biocombustível. O reaproveitamento é avaliado por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas. O Brasil é o terceiro maior produtor da bebida no mundo. 

O estudo ainda está em fase inicial, mas a possibilidade é destacada pelos cientistas. O subproduto é constituído basicamente por celulose, lignina e hemicelulose, estruturas com potencial de gerar uma nova fonte de energia limpa. 

“Ao quebrar esses compostos de cadeia grande em compostos menores e promover recombina-ções de ligações químicas, consegue-se moléculas de carbono que podem ser utilizadas como combustíveis”, explica a professora Natália Maira Braga Oliveira, da Ufla.

A pesquisa é feita por meio da pirólise – decomposição pelo calor – do bagaço de malte para se obter um bio-óleo. 

A ideia dos pesquisadores é encontrar condições que viabilizem a utilização em motores a combustão, como os dos automóveis.
 
MAIS VANTAGENS
Também conhecido como bagaço de cevada, polpa ou borra de cervejaria, o subproduto é descartado, atualmente, em larga escala. 

“Pela quantidade em que é gerado, a destinação para produção de energia contribuiria na redução da dependência de combustíveis de origem fóssil e em diversos problemas ambientais”, acrescenta a pesquisadora.

Além disso, ela defende que o uso do bagaço é atrativo pela facilidade de armazenamento e transporte. 

Os teste são feitos no Departamento de Engenharia da Ufla. Caso a viabilidade seja comprovada, o processo de implementação no mercado pode ser “relativamente rápido”, acredita a responsável pelos estudos.

Ela lembra que o bagaço do malte já é utilizado para geração de energia. “No caso da térmica, é queimado diretamente em caldeiras e reduz o custo energético das empresas. Nesse sentido, a ideia é que, por pirólise, sejam obtidos outros tipos de combustíveis, como o bio-óleo, com outras aplicações e maior valor agregado, aproveitando melhor o potencial energético dessa biomassa”, explica.

* Especial para o HD

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