Pescadores salvam policiais em Pirapora

Jornal O Norte
Publicado em 31/01/2007 às 10:36.Atualizado em 15/11/2021 às 07:56.

Barco da PM Ambiental vira.


Policiais começam a se afogar,


mas são salvos por pescadores



Tiago Severino


Correspondente



PIRAPORA  - Três pescadores salvaram uma equipe da polícia ambiental, na última segunda-feira, 29. Os PMs patrulhavam a região da cachoeira do São Francisco em Pirapora, quando avistaram um barco, em que dois homens não identificados utilizavam uma rede para pescar. Essa prática é proibida, devido à piracema - período de novembro a março, em que os peixes sobem o rio para a reprodução. Durante a perseguição o barco dos policiais virou na área conhecida como Pedra do Caju. A força e o volume da água impediram qualquer tentativa de desvirar a lancha. Os três PMs utilizavam coletes, porém, a correnteza não permitia reação.



Na margem, um grupo de pessoas viu o momento em que os policiais caíram no rio. Jucimar Ribeiro, conhecido como Nenenzinho; Antônio Dourado, o Branco; e Robson Rodrigues, o popular Tindão agiram imediatamente. Assim que perceberam que os PMs estavam em apuros, apanharam um barco artesanal e remaram cerca de 10 minutos até pegar os policiais.



Ao encontrá-los, Tindão se lançou dentro do rio e buscou o cabo Silvano, enquanto os companheiros retiravam o cabo Silvio. Este estava sem fôlego e muito abatido. O outro membro da equipe, cabo Zé Rodrigues, já conseguira se salvar. Ele, que já foi pescador, chegou exaurido à margem, próximo às comportas do Córrego Entre Rios. Após o resgate dos policiais, os pescadores retornaram para rebocar a lancha da PM.



Um grupo de curiosos acompanhava o salvamento.



- Quando os PMs caíram dentro d’água, muita gente ficou rindo. Mas, nós resolvemos ajudar, afinal de contas, eles são seres humanos - afirma Tindão.



A PM Ambiental faz rondas constantes no São Francisco e o principal alvo é a classe dos pescadores. Freqüentemente são feitas apreensões de redes e barcos. Branco aproveita para reclamar:



- Nós não queremos nada. Simplesmente respeito e consideração, sem ser maltratados por ninguém.



Nenenzinho acrescenta:



- Eles são seres humanos, e mesmo que a função deles seja nos vigiar, temos o dever de ajudar quando preciso. Tenho certeza de que, se fosse um de nós, os PMs teriam feito a mesma coisa.



Essa não seria a primeira vez que uma equipe da PM Ambiental enfrenta dificuldades. Há três anos, outro grupo teria passado por um problema semelhante. Segundo informações, o barco teria sofrido avarias e uma arma teria desaparecido no São Francisco.

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