Foi inaugurado na quarta-feira (18), na fábrica de insulinas da Novo Nordisk em Montes Claros, sistema de captação de água pluvial com capacidade de uso de 80 milhões de litros por ano. A utilização do sistema de captação de água de chuva economizará 40% do consumo do recurso da concessionária de água local, quantidade suficiente para abastecer mais de seis mil casas, com quatro pessoas, ao longo de um ano. 

Foram investidos R$ 13 milhões nos últimos dois anos. A lagoa tem uma extensão de 8 mil m2 e 5,5 metros de profundidade, além de 281m2 de área para a estação de tratamento e purificação da água e mais dois quilômetros de construção de tubulações para levar a água até a lagoa. 

“É o resultado do propósito da nossa estratégia ambiental de impacto positivo tanto no meio ambiente, quanto na sociedade”, explica Reinaldo Costa, vice-presidente corporativo da empresa.

O diretor de suporte à produção da Novo Nordisk, Robison Morais, destacou a escassez hídrica no Norte de Minas e que, por isso, “quando a fábrica deixa de usar 40% da água da Copasa, significa que é 40% a mais para a sociedade, casas, hospitais e escolas”.

Morais cita que em época anterior à Novo Nordisk era necessário desviar a água da cidade para que a fábrica não parasse, 

“Era uma questão de vida”. Hoje, o que acontece é que paramos de usar para cá, para devolver para a sociedade”, esclarece.

“Não existe projeto ambiental, se não tiver de mão dada com o social, e se a governança não tiver presente”, destaca. 
 
BENEFÍCIOS 
Entre os benefícios que o projeto traz para a sociedade estão os impactos positivos no meio ambiente e na sociedade que a estratégia ambiental preconiza. 

“E foi exatamente o que conseguimos com este projeto. O benefício dele é ambiental e não financeiro”, esclarece Morais. 

Além do reuso de água da chuva inaugurado agora, a unidade da empresa em Montes Claros já conta com outras ações de redução e reutilização de água. 

Um exemplo são os 250 mil litros de efluentes que são tratados em uma estação de tratamento de efluentes e reutilizados na irrigação de 40 mil m2 de áreas verdes locais, além de 130 mil litros de efluentes industriais que são tratados em uma planta de reuso e são utilizados para torres de resfriamento e caldeiras. Somente com essas iniciativas, já se tem 380 mil litros de água de redução de consumo de água.

COMUNIDADE AGRADECE 
Também foi concebido o projeto “Novo Gerador de Água” que foi o desenvolvimento e a implantação do sistema de captação de água de chuva, em nove comunidades da região de Montes Claros e em três associações na área urbana do município sendo elas, Lavaginha, Cabeceiras, Morro Vermelho, Lagoa de Freitas, Riachinho, Salto, Gameleira, Laje e Pipoca.  

Além delas, três associações na área urbana do município também receberam o sistema: Associação Artesanal e Social do Norte de Minas), PAC (Projeto de Apoio a Crianças) e Ecogalpão Santos Reis. Todas passaram a contar com a solução para irrigação e plantação.

“Nos sistemas que implantamos, já foram coletados cerca de 500 mil litros de água, e essa água será usada por centenas de pessoas. Isto representa um alento para essas comunidades, pois terão como utilizar a água de chuva para outras atividades, como limpeza, matar sede de animais ou irrigar uma horta. As caixas que são utilizadas para o projeto de captação de água de chuva são confeccionadas a partir de resíduos plásticos reciclados da nossa fábrica. Mais uma forma de reutilização desse recurso e de conscientizar a sociedade em relação ao uso de água potável somente para fins mais nobres”, diz.

“Não é um projeto só de meio ambiente, é um projeto de meio ambiente e um projeto de inovação, porque essa ação de purificação, não existia. E hoje temos o orgulho de dizer que nós, produzimos medicamentos de altíssima qualidade, com água de chuva, captada e purificada dentro da nossa empresa”, ressalta o diretor. 
 
TUDO SE REUTILIZA
“Outro ponto importante é a solução para resíduos da fábrica. Conseguimos chegar a incineração zero, ou seja, os resíduos têm outros fins, seja utilizando plástico nos sistemas que implantamos nas comunidades, seja transformando esses resíduos em outros produtos, como vasos, mobiliário, artesanato ou artefatos de construção civil”, finaliza Robison Morais.

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