Benjamim Oliveira Júnior
Correspondente
NOVA PORTEIRINHA – Faixas, cartazes, apitos, fanfarra, gritos, desfile e até o silêncio. Esses foram os requisitos que crianças, jovens, adultos, estudantes e lideranças de Janaúba e Nova Porteirinha utilizaram para clamar por justiça no dia nacional de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e dos adolescentes, lembrado na quinta-feira, 18. Pelas ruas das cidades foram distribuídos panfletos e houve o chamamento à população para refletir sobre o assunto.
Na concepção de Aldeni Aparecida, do Conselho Tutelar de Nova Porteirinha, as formas de violência sexual praticadas contra crianças e adolescentes são verificadas dentro da própria família, além da exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico. “Todas as suas expressões constituem crime e são, sem dúvida, cruéis violações aos direitos humanos”, explicou.
MURO DO SILÊNCIO
Oficialmente, no município de Nova Porteirinha são poucos casos de violência sexual cometida contra crianças e adolescente. No entanto, os conselheiros demonstram preocupação diante das possíveis omissões de dados. Sílvia Cristina, também do Conselho Tutelar de Nova Porteirinha, cita que a falta de denúncia provoca uma situação tão grave quanto a própria violência, “já que o muro do silêncio que cerca essa situação, construído pela indiferença da sociedade e pela cultura da impunidade dos agressores, constitui em nova forma de violação às suas vítimas”, conclui a conselheira.
A Secretária Municipal de Assistência Social de Nova Porteirinha, Solange Batista de Almeida, foi enfática ao afirmar que apesar do desafio que a violência sexual infanto-juvenil representa, essa conjuntura deve ser enfrentada, em Nova Porteirinha e no Brasil como um todo e com muita seriedade.