Alexsandro Mesquita
Correspondente
GLAUCILÂNDIA - Num país com tantas dificuldades como o Brasil, ainda é possível ver pessoas dispostas a trabalhar com dignidade, e, acima de tudo, com felicidade por aquilo que faz.
Sem lenço e com documento, o cidadão, Sr. Raimundo Moreira dos Santos de 60 anos não tem paradeiro certo para trabalhar. No sábado estava pronto para ir a Vila Nova de Minas, onde haveria uma festa e queria vender algumas de suas benfeitorias como tacho de fios de cobre tecidos e cata-ventos para crianças. Mas por obra do destino foi parar em Glaucilândia.
Segundo conta Sr. Raimundo, morador do bairro Jaraguá II em Montes Claros, ele estava na rodoviária quando encontrou o artista Célio Barroso. Na conversa, foi convidado a ir a Glaucilândia onde aconteceria na parte da tarde uma exposição de artesanatos, artes, comidas e objetos em geral, onde também poderia expor seus trabalhos manuais.
Sr. Raimundo falou sobre o ofício que exerce há muito tempo pelas ruas de Montes Claros, e porque resolveu mudar de itinerário. “Fiquei sabendo que só tinha um ônibus para Vila Nova e arriscar ir e não vender seria pior, foi quando o moço (Célio) me convidou para vir pra cá, onde teria uma amostra. Como eu já estive aqui na festa de Téo Azevedo (festa da cultura popular em agosto do ano passado) e vendi muito, então resolvi voltar. O moço me ofereceu a casa onde ele trabalha pra eu dormir, então eu vim, mas, não vendi muito dessa vez, as vendas foram fracas”, diz o ambulante.
O vendedor disse que gostou da festa da cultura popular e pediu que não parasse nem mudasse a data senão o pessoal não compareceria novamente. “Tinha muita gente, só não vendeu quem não quis. Se for ter de novo, vou trazer modelos diferentes”, conclui.
Aos 60 anos de idade o Sr. Raimundo não pensa em parar de trabalhar. Mas já procurou o INSS e começa a arrumar os documentos para se aposentar.