Número de casos de dengue dobra no país e triplica em Minas

Da Redação*
04/05/2022 às 00:13.
Atualizado em 04/05/2022 às 10:18
Vigilância foi intensificada em Pirapora para barrar avanço da dengue (ascom prefeitura de pirapora/divulgação)

Vigilância foi intensificada em Pirapora para barrar avanço da dengue (ascom prefeitura de pirapora/divulgação)

Os alertas para o risco de uma epidemia de dengue foram dados desde o ano passado. Mesmo assim, os casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti dispararam em todo o país. Segundo dados do Ministério da Saúde, as ocorrências mais que dobraram desde o começo do ano em relação ao mesmo período de 2021.

De acordo com o levantamento, o aumento foi de 113,7% até abril deste ano. Segundo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (2), foram 542.038 casos prováveis, entre 2 de janeiro e 23 de abril de 2022.

Esse número já é praticamente o mesmo que foi registrado em todo o ano de 2021, quando foram contabilizados 544 mil casos prováveis de dengue. Ou seja, o país vive um surto da doença, assim como Minas Gerais.

Em Minas, os casos praticamente triplicaram em apenas um mês. O aumento percentual supera o das contaminações pelo coronavírus no mesmo período, reforçando alerta para as medidas de combate ao vetor.

Até meados de abril, 11,3 mil mineiros tiveram dengue e sete morreram. Além disso, 233 cidades estão em “situação de risco” para a infestação do mosquito. O dado consta no Levantamento Rápido de Índices para Aedes (LirAa), divulgado no início de abril. O estudo aponta locais com focos do inseto.
 
NORTE DE MINAS
Em Buritizeiro, no Norte de Minas, a situação ficou tão crítica que o município decidiu pedir ajuda ao Estado para combater as doenças transmitidas pelo Aedes. A Força Estadual da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) foi acionada e atua na cidade há uma semana.

Segundo a Vigilância em Saúde de Buritizeiro, a cidade registrou, até 22 de abril, 278 casos de dengue e 29 de chikungunya. E não há como comparar com os dados de 2021 porque, de acordo com o setor, não ocorreram notificações significativas da doença no ano passado.

O centro da cidade é a área com maior ocorrência tanto de dengue (87) quanto de chikungunya (11). Nenhum caso de zikavírus foi registrado.

“Para evitar que viesse a acontecer uma epidemia, preferimos ter a ajuda do Estado. Por isso, pedimos esta parceria”, explica a coordenadora de Vigilância Ambiental de Buritizeiro, Maria da Piedade Pereira.

Varredura em Buritizeiro
A equipe que está em Buritizeiro é formada por dez homens da Força-Tarefa Estadual, com um coordenador de campo, em conjunto com os agentes municipais de saúde. Juntos, estão fazendo uma varredura na cidade. A ideia é a de que as informações sobre o mosquito e como combatê-lo cheguem aos 28 mil habitantes.

As equipes estão indo de casa em casa – são 11.280 imóveis na cidade, de acordo com a coordenadora de Vigilância Ambiental de Buritizeiro, Maria da Piedade Pereira.

“Irão também fazer a remoção dos criadouros dentro das casas e em outros locais onde forem encontrados até 6 de maio. Serão 15 dias de trabalho diário”. Além do alto número de casos, Buritizeiro registrou uma morte por dengue.
 
INCIDÊNCIA
A preocupação é grande na cidade do Norte de Minas porque a incidência de focos do mosquito chegou a 500% em meados de abril. “Hoje estamos aproximadamente com uns 200%”, diz Piedade. A queda no número de focos é fundamental para frear a doença.

Piedade conta que a cidade ainda recebe cerca de dez notificações diariamente. “E olha que já estamos tendo a aplicação do fumacê desde o dia 18 de abril”, afirma.
 
PIRAPORA
As ações de mobilização em Pirapora têm sido intensificadas nas últimas semanas para barrar o avanço da doença, afirma o diretor de Promoção e Atenção à Saúde, Mário Cristiano Joaquim da Cunha. 

“As visitas dos agentes de endemia, juntamente com os agentes comunitários de saúde, têm sido de fundamental importância na eliminação de criadouros e orientação da população”.

A cidade também já deu início ao segundo LirAa, levantamento que vai indicar o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti nos imóveis da cidade.

“O objetivo é nortear o município quanto à infestação do mosquito e, principalmente, mapear as áreas de risco e os criadouros predominantes”.

A supervisora geral de Endemias de Pirapora, Luana Soares, diz que na última pesquisa o município apresentou índice de 2,7% de infestação, percentual considerado de médio risco.

*Com Agência Brasil, Agência Minas e Larissa Durães

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