Encontradas em um criadouro irregular, 576 espécimes de pirarucu (Arapaima gigas) foram apreendidas ontem por agentes do Ibama e do Instituto Mineiro de Agricultura (IMA), em Nova Porteirinha, Região Norte do Estado.
O proprietário foi multado em R$ 14.570 e notificado a apresentar um plano para destinação dos animais. Todas as atividades de reprodução dos pirarucus foram suspensas. O Ibama informou que os peixes vivos continuam no local até que o órgão aprove um plano de destinação dos mesmos, que podem ser doados ou soltos no seu habitat natural.
NORMAS
Ainda segundo o Ibama, qualquer criadouro que pretenda explorar espécies não originais da bacia do Rio São Francisco deve observar os procedimentos constantes na Portaria 145/1998 e obter previamente autorização junto ao instituto para introdução dos espécimes na bacia.
O pirarucu é considerado espécie que não ocorre naturalmente na bacia do Rio São Francisco, sendo sua área de ocorrência a bacia Amazônica e Tocantins/Araguaia. Portanto, para que seja possível a criação regular do pirarucu no Estado, alertou ainda o Ibama, deve-se obter autorização prévia.
A introdução de espécimes de peixes ou animais em ambientes onde não haja sua ocorrência natural e sem autorização dos órgãos ambientais competentes, alerta ainda o Ibama, pode causar sérios danos à biodiversidade e caracteriza-se infração ambiental prevista no artigo 38 do Decreto 6.514/2008.
GRANDE E VERMELHO
O pirarucu (nome científico: Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de águas doces fluviais e lacustres do Brasil. Pode atingir três metros e vinte centímetros e seu peso pode ir até 330 kg.
É conhecido também como o bacalhau da Amazônia. Seu nome se originou de dois termos Tupis: pirá “peixe” e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda.