Minas Gerais confirmou a primeira morte por dengue em 2022. E a ocorrência foi em uma cidade do Norte de Minas. Trata-se de um morador de Espinosa, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Há ainda outros dois óbitos em investigação.
Os dados constam do boletim epidemiológico divulgado pela pasta na manhã desta terça-feira (22) e foram registrados na semana entre 8 e 15 de fevereiro. O levantamento, no entanto, não informa sobre sexo ou idade da vítima.
Nesse mesmo período de uma semana, o número de casos confirmados da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti disparou em território mineiro. Do início do ano até o momento, 1.289 pessoas foram infectadas no Estado. Isso representa um aumento de quase 55% em relação aos 833 confirmados até 8 de fevereiro.
Em relação à febre chikungunya, transmitida pelo mesmo vetor, a pasta aponta para 317 casos prováveis, dos quais 30 foram confirmados. Até o boletim do dia 8, eram 22.
Com relação à zika, são nove os casos prováveis, com três confirmados. Até o momento, não há óbitos relacionadas à zika e chikungunya.
CONTROLE
Apenas em Espinosa, quatro mortes suspeitas de terem sido provocadas pela dengue estão sob investigação.
Na segunda-feira (21), agentes de saúde iniciaram uma visita técnica à cidade norte-mineira para intensificar as ações de controle das arboviroses.
De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, a equipe técnica da SES-MG está avaliando quatro óbitos suspeitos de dengue ocorridos neste ano em Espinosa. Os trabalhos tomam como base os prontuários e os fluxos de atendimentos realizados nos serviços de atenção primária em saúde e na rede hospitalar.
“Dois óbitos suspeitos de terem sido causados por dengue ocorreram na zona rural, por isso é importante também investigar a relação com a febre amarela e orientar os profissionais de saúde sobre a necessidade do aumento das coberturas vacinais contra essa doença”, alerta a coordenadora.
PROTOCOLOS
Os técnicos da SES-MG também estão analisando os fluxos de atendimento de usuários dos serviços de saúde. A iniciativa visa apoiar o município caso as equipes dos serviços de atenção primária à saúde e do hospital municipal necessitem atualizar os protocolos de atendimentos de pacientes com suspeita de terem contraído dengue, febre chikungunya, zika vírus ou febre amarela.
Outro ponto de atenção da secretaria está sendo o repasse de orientações aos profissionais de saúde de Espinosa quanto à vigilância laboratorial, com a coleta de amostras para realização de exames com o objetivo de identificar o sorotipo circulante no município.
No início deste ano, lembra Agna Menezes, a SES já havia realizado ações em Espinosa de combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Devido ao alto índice de infestação do mosquito, foi necessária a aplicação de inseticida na área urbana com utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular (UBV) e aerosystem, no interior de domicílios.
Minas já notificou 4.791 casos prováveis de dengue neste ano – até 8 de fevereiro. Em Espinosa já foram notificados 136 casos da doença.