Minas investiga o quarto caso de raiva humana. A possível contaminação foi notificada na última quinta-feira (21), na área rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri. O caso suspeito foi identificado em uma menina de 11 anos, que apresentou sintomas como febre e dor de cabeça constante. Além disso, ela tem parentesco com outra garota, de 12 anos, que está internada em Belo Horizonte em decorrência da doença.
Em função dessas ocorrências, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros alerta para que os 54 municípios sob sua jurisdição intensifiquem as ações de prevenção à doença, como a vacinação de cães e gatos.
Um documento foi enviado a todas as cidades, com 40 informações e as principais dúvidas das equipes de controle de endemias sobre a raiva e as ações de controle preventivo que devem ser realizadas anualmente para manter a transmissão da doença sob controle.
A raiva é uma doença que pode matar e a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição ao vírus. A doença é transmitida às pessoas pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.
VACINAÇÃO
No ano passado, 26 municípios ligados à SRS atingiram a meta de vacinar 100% dos gatos e 22 localidades conseguiram coberturas vacinais entre 70% a 99%. Por outro lado, seis localidades apresentaram cobertura vacinal inferior a 50% de felinos.
Já a vacinação de cães, em 2021, atingiu ou superou a meta em 43 municípios. E outras 11 secretarias de saúde ficaram com cobertura vacinal entre 70% a 99%.
O médico veterinário Milton Formiga observa que dos 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS, somente Montes Claros consegue desenvolver todas as ações de vigilância e controle da raiva. Por isso, o município é considerado Área de Raiva Controlada (ARC).
Nesse contexto, a bióloga Patrícia Brito observa que “para manter as ações de prevenção e controle da raiva na região, os municípios precisam adotar uma série de medidas que vão garantir a proteção dos seres humanos, cães e gatos.
Entre as providências recomendadas está a incorporação de médicos veterinários nas equipes de vigilância epidemiológica; a observação dos animais suspeitos (cães e gatos) por dez dias após a ocorrência de algum ato de agressão a pessoas; a coleta e o envio de materiais para diagnósticos laboratoriais e o preenchimento correto das fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”.
Reforço técnico em Bertópolis
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG), todos os quatro supostos casos de raiva que estão sendo investigados pela secretaria, até agora, foram originados na área rural de Bertópolis.
Na última quinta-feira (21), uma equipe técnica da SES-MG e da Unidade Regional de Saúde de Teófilo Otoni foi deslocada para a região para apoiar a investigação epidemiológica dos casos e também auxiliar nas medidas de prevenção e controle. A Secretaria já havia fornecido vacina e soro antirrábico humano e também imunizante para cães e gatos da zona rural de Bertópolis.
*Com informações do HD e da SRS