Mulher do Vale do Gorutuba em busca do crescimento e da igualdade

Jornal O Norte
Publicado em 08/03/2007 às 08:52.Atualizado em 15/11/2021 às 07:59.

Homens também procuram proteção contra agressões por parte de mulheres



null


Professora Esmeralda Marques e as delegadas de polícia Mônica Paiva, Márcia Meira e Gislane Veloso (fotos: Oliveira Júnior)



Oliveira Júnior


Correspondente



NOVA PORTEIRINHA – Homem que é homem não bate em mulher. Com esta frase, uma educadora e delegadas de polícia do Vale do Gorutuba – que compreende os municípios de Janaúba, Porteirinha e Nova Porteirinha – debateram ontem, quarta-feira, sobre o avanço da mulher e quanto ao seu convívio numa sociedade machista que, aos poucos, vai superando o conservadorismo.



O debate, que antecedeu o dia internacional da mulher, lembrado nesta quinta-feira, foi promovido pela 22ª Delegacia regional de polícia civil de Janaúba, durante o programa Plantão policial, produzido pela própria PC. às 10 horas da manhã das quartas feiras, na rádio Cidade 94 FM (94,5 Mhz), em Nova Porteirinha.



null



Agente de polícia e radialista Roberto Cássio: programa dedicado à mulher



Mediado pelo agente de polícia civil e ex-radialista Roberto Cássio, o programa focalizou o empenho de três delegadas de polícia e de uma professora. Sob a coordenação do Delegado Regional José Frederico Barbosa Silva, o programa especial mostrou as conquistas das mulheres em todos os aspectos, sobretudo na questão educacional e de segurança pública.



IGUALDADE



A mulher do Vale do Gorutuba se encontra em busca do crescimento e da igualdade com os homens. A colocação foi feita pela professora e extensionista rural Esmeralda Marques Serafim, coordenadora do curso de Pedagogia da Favag - Faculdade Vale do Gorutuba, em Nova Porteirinha. Segundo Esmeralda, a mulher tem se firmado principalmente por superar o tripé submissão, dependência e solidão.



null



A delegada Márcia Meira comenta violência contra a mulher, observada pelas colegas Mônica Paiva e Gislane Veloso



Na visão da coordenadora, a mulher ocupa espaço sem anular a figura do homem.



– Há um princípio de companheirismo e a consciência de que a mulher tem sido mais participativa na sociedade – comentou Esmeralda.



Ela diz que todas as profissões passam pela educação, que é regida, em sua maioria, pela mulher. Ela define a mulher como PMDE – profissional, mãe, doméstica e esposa.



HOMEM PEDE AJUDA



Há quase sete anos no comando da delegacia de crimes contra a mulher de Janaúba, Márcia Meira, que também responde pela comarca, diz que a mulher do Vale do Gorutuba tem se conscientizado mais quanto aos seus direitos e também à necessidade de denunciar em caso de violência.



Márcia destaca que as causas da violência contra a mulher na região têm sido o vício (bebida e fumo), desemprego e o desconhecimento entre homens e mulheres.



– Com a criação e instalação da delegacia específica para a proteção à mulher, houve uma significativa redução nos crimes praticados contra o sexo feminino – diz a delegada.



Ela informa ainda sobre a tendência das mulheres vítimas de violência procurarem mais a autoridade policial do sexo feminino para informarem sobre a agressão sofrida.



Mesmo assim, a DCCM de Janaúba, criada em 1996 e que teve outras duas delegadas (Dilma Lélis e Elisabete Terezinha). também tem sido refúgio de homens que se sentem vítimas de agressão por parte de mulher. A Delegada Márcia Meira citou que nos últimos seis anos acompanhou quatro casos de homens que foram vítimas de mulher, em se tratando de agressão física e verbal.



MÃE POLICIAL



Há quase oito anos na delegacia da comarca de Porteirinha, a delegada de polícia Gislane Gislaine Wiulmiria Veloso Freitas define que o apoio da família é importante para que a mulher desenvolva sua atividade profissional de maneira satisfatória. Além disso, explica a policial, há a retribuição da comunidade e isso é fundamental para dar seqüência à missão.



No dia a dia, a policial Gislane Veloso depara com situações distintas. Casos de emboscada, traição e uso de foice e machado para agredir e ainda tirar a vida de uma pessoa passam pelas investigações coordenadas por essa delegada. Mas ela ainda encontra tempo para se dedicar à filha, que nasceu no ano passado. O convívio com o marido não é tanto prejudicado, segundo ela, pelo fato de ele também ser policial.



A delegada Mônica Oliveira Paiva Brandi ressalta que este dia internacional da mulher é um momento de se refletir o quanto a mulher é essencial para o homem e para a comunidade de modo geral. Titular da delegacia especial de orientação e proteção à criança e ao adolescente de Janaúba, Mônica Paiva conclama a todos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por