Mel de aroeira do Norte agora tem garantia de origem

Selo dá segurança ao consumidor, que poderá conferir detalhes, da produção à entrega

Márcia Vieira
Publicado em 10/02/2022 às 12:58.
ALTO IMPACTO – Abrangência geográfica de 64 municípios da região Norte; média anual de produção chega a 300 toneladas (Coopemapi/Divulgacao)
ALTO IMPACTO – Abrangência geográfica de 64 municípios da região Norte; média anual de produção chega a 300 toneladas (Coopemapi/Divulgacao)

O mel de aroeira produzido no Norte de Minas agora tem certificado de origem geográfica. Concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), o selo foi o primeiro de 2022 e abrange uma área formada por 64 municípios.

A busca pelo reconhecimento envolveu vários parceiros, dentre eles, o Sebrae, que trabalha desde 2017 para concessão desse registro.

“Trabalhamos muito e agora vem o reconhecimento. Apoiamos os apicultores em visitas técnicas, participação no Congresso Nacional de Apicultura e Feira de Produtos Orgânicos, além de consultoria em gestão financeira, formação de preços dos méis e derivados e suporte em marketing digital”, diz Walmath Magalhães, analista do Sebrae Minas. 

Luciano Fernandes, presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), que envolve 26 associações, destaca que o selo traz segurança para o consumidor, que vai saber onde é o apiário, onde foi processado (o mel) e conhecer a logística do processo.

“Muda o reconhecimento nosso, porque podemos dar publicidade em níveis nacional e internacional. As pessoas vão ter a rastreabilidade. É uma garantia de qualidade, de que a gente está produzindo dentro da região dos 64 municípios e colocando no mercado. A gente acredita que são mais de 1500 produtores de mel no Norte de Minas hoje e quando você multiplica por famílias, são em torno de 6 mil pessoas que trabalham com apicultura na região”, destaca.

“Com o reconhecimento, vai aumentar também o número de apicultores e a produção, porque está havendo investimento em assistência técnica e busca de recursos”, acrescenta Luciano, ressaltando que o impacto na economia é altamente positivo.

Para se chegar à situação, foi feita uma pesquisa e comprovou-se que o mel dessa região tem os compostos fenólicos da aroeira, que varia de região por causa do solo. A média de produção anual é de 300 toneladas. A condição da região, entre cerrado e caatinga, com clima árido e poucas chuvas, contribui para a adaptação das plantas. 

“Isso vai agregar valor, porque temos o serviço, reconhecimento da região, a lei da oferta e da procura, a quantidade de mel dessa área que não vai ter falsificação, a qualidade em termos de boas práticas, mas principalmente a qualidade dos compostos”. 

Outro ponto que o cooperado considera relevante é a questão ambiental. “Plantas vivas ajudam a preservar o meio ambiente. São vários trabalhos sendo feitos para ampliar essa produção e o retorno do plantio de árvores. É importante ter uma mata em pé e não deitada”, explica.

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