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Quinta-Feira,13 de Novembro

Medidas restritivas no Norte de Minas podem ser unificadas

Proposta da Amams é a de que prefeitos da região tomem decisões em sincronia

Márcia Vieira
O NORTE
Publicado em 02/03/2021 às 00:55.Atualizado em 05/12/2021 às 04:18.

Preocupados com o aumento expressivo dos casos e mortes por Covid-19 em todo o Estado, municípios do Norte de Minas podem seguir os passos de Montes Claros e decretar toque de recolher conjunto. 

A proposta de unificar as medidas de restrição foi apresentada aos gestores nesta segunda-feira (1), durante reunião realizada pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), e foi bem-recebida por eles.

“Ficou definido que nós vamos acompanhar o decreto de Montes Claros, respeitando as particularidades de cada cidade, com algumas mudanças, como o horário de funcionamento”, diz Nílson Bispo, prefeito de Padre Carvalho e presidente da Amams.

O prefeito ressalta ainda que a Amams vai solicitar ao Estado a liberação de mais vacinas. Outra medida apontada pelos gestores é que Montes Claros amplie ou organize o número de leitos, “talvez até reativando os hospitais de campanha”, afirma Nílson Bispo.

Segundo ele, cidades como Espinosa, que tomaram medidas mais drásticas, como o lockdown, agiram de maneira coerente, considerando a dificuldade de tratar a população.

O Norte de Minas soma 47.430 casos de Covid-19, desde o início da pandemia, sendo 46.635 casos confirmados e 795 mortes em 79 municípios. Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros registraram, nesta segunda-feira, mais 141 novos casos da doença e uma morte, aumentando para 292 óbitos.

“A realidade de Montes Claros acaba refletindo nos outros municípios, principalmente naqueles de pequeno porte. A reunião foi pensada para tentar alinhar os argumentos e as atitudes porque, às vezes, cidades menores da jurisdição Regional de Saúde acabam sendo sobrecarregadas. Se não houver alinhamento, as medidas podem não ser tão eficazes porque as pessoas sairiam de Montes Claros para fazer comemorações nestes municípios”, avalia o advogado Felipe Leal, assessor jurídico da Amams.
 
EM PRÁTICA
Bocaiuva saiu na frente e decretou, desde sexta-feira, o toque de recolher na cidade. “Nós fizemos o decreto norteado pelo documento de Montes Claros. Antes disso, nos reunimos com o Comitê de Covid da cidade e discutimos. Deliberamos e adequamos de acordo com a realidade de Bocaiuva. Achei interessante a decisão da Amams porque, como prefeitos, agir juntos, por território, de forma integrada, trará resultados mais satisfatórios, até porque a situação de leitos de UTI de Montes Claros e região está no limite. Então, é necessário que as ações sejam conjuntas”, afirma Roberto Torres, prefeito de Bocaiuva.
 
LOCKDOWN
Em Espinosa, o prefeito Mílton Barbosa decretou, a partir desta segunda-feira (1), lockdown pelos próximos dez dias para tentar conter o avanço da doença. “Eu, como prefeito, diante dos dados que a gente recebeu e de toda a situação no Brasil e, principalmente, no Estado e nossa região, tive que tomar essa decisão de fechar o comércio e atividades econômicas, mantendo apenas o essencial e pedindo à população para não aglomerar, não promover festas”.

Para o gestor, é preciso que todos atuem juntos para que as medidas deem certo. “O material a gente luta e recupera, mas a vida não tem como recuperar. Pedimos a colaboração de todos”, alerta Mílton. 

A decisão em Espinosa foi tomada antes mesmo da reunião na Amams, da qual Mílton Barbosa não pôde participar porque estava em encontro com empresários da cidade no mesmo horário. Ele disse, no entanto, que está buscando as informações sobre o que foi tratado na associação e que tem intenção de manter as restrições adotadas.


 

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