Lixão como única alternativa de renda

Jornal O Norte
Publicado em 01/08/2006 às 11:27.Atualizado em 15/11/2021 às 08:40.

Oliveira Júnior


Correspondente



JANAÚBA – É do lixão que sai o sustento de uma família de sete pessoas. Enquanto o marido busca ganhar o pão no corte de lenha, a doméstica Ivanilda Ribeiro Brito não sente, aparentemente, constrangida em revirar os entulhos de lixo no aterro sanitário situado na periferia de Janaúba. Todos os dias, há 15 meses, ela vai ao local, próximo à BR-122 e à estrada de acesso ao balneário Bico da Pedra.



Mãe de cinco filhos, Ivanilda Brito conta com ajuda de um dos filhos para catar no lixão o que for útil. Com o trabalho ela consegue levantar uma renda mensal (somado com o ganho do esposo) suficiente para manter a alimentação básica para a família, além de pagar por tributos (contas de água e luz) que pouco consome. Ivanilda fatura algo em torno de R$ 150,00 (menos da metade do salário mínimo) em média por mês.



A tarefa em dividir espaço com urubus e animais peçonhentos que só traz doenças não é fácil para Ivanilda. Ela deseja ter uma vida melhor e sonha cuidar adequadamente dos filhos.



- Tenho vontade de deixar isso daqui (o lixão), mas não tenho outra opção, relatou a catadora de lixo que recebe ajuda mensal de R$ 95,00 dos programas sociais instituídos pelo governo federal.



O vaqueiro e tratorista José Ivo também recorre ao lixão na ânsia de superar as dificuldades devido a falta de emprego. Há dois anos, entre seis e dez horas por dia, ele recolhe papelões, latas de alumínio, sacolas e garrafas plásticas que são comercializados com empresas de reciclagem. Ao final do mês, recebe algo em torno de R$ 350, que são utilizados no sustento da família – ele, a esposa e sete filhos.

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