Janaúba e Várzea da Palma, n o Norte de Minas, estão entre os cinco municípios mineiros que irão receber investimentos bilionários para instalação de complexos solares fotovoltaicos.
O investimento de R$ 7 bilhões será feito pela Shell Energy Brasil, subsidiária da Shell focada em opções renováveis e sustentáveis de energia. A iniciativa fortalecerá a posição de liderança nacional de Minas Gerais na geração de energia limpa no país.
A companhia britânica, mais conhecida no Brasil pela atuação do mercado de óleo e gás, e o governo de Minas assinaram, nesta semana, o protocolo de intenções. O acordo prevê estudos para instalação de usinas solares em Corinto, na região Central, Arinos e Brasilândia de Minas, no Noroeste, e Janaúba e Várzea da Palma, no Norte do Estado.
O governador Romeu Zema apresentou ao presidente da Shell Brasil, André Araujo, outras potencialidades na área energética consideradas estratégicas para o governo de Minas.
“Além da energia solar, Minas Gerais tem outras oportunidades na área de geração de energia e captação de carbono. O Estado tem a maior área reflorestada do Brasil e disponibilidade de 300 mil hectares para receber investimentos. Os aterros sanitários, com a geração do gás metano, podem ser outro nicho que a Shell poderá apostar em Minas”, disse Zema.
CAPACIDADE
Se todas as usinas solares forem construídas, os complexos podem gerar, juntos, até 2,1GW, o suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes. As obras devem começar em janeiro do ano que vem, com previsão do primeiro complexo entrar em operação em janeiro de 2025.
“Minas Gerais é peça importante para o propósito global da Shell de prover mais energia e de forma cada vez mais limpa. Estes projetos têm o potencial de ajudar a reforçar o parque gerador nacional e, para a Shell Brasil, representam a diversificação dos nossos negócios em energia limpa”, afirmou o presidente da Shell Brasil, André Araujo.
Para se ter uma ideia do tamanho do volume de investimento, Minas Gerais possui atualmente, 2,4 GW de potência instalada de geração de energia fotovoltaica, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), somando geração centralizada (730 MW) e geração distribuída (1,68 GW). Somente as usinas da Shell quase que dobram a capacidade instalada hoje no Estado.
RACE TO ZERO
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, comemora a instalação de usinas solares e reitera que Minas Gerais foi o primeiro Estado na América do Sul a se comprometer com a campanha global do Race to Zero, com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050.
“A intenção da Shell Energy Brasil de construir cinco complexos solares fotovoltaicos em Minas mostra o quanto estamos empenhados em atrair investimentos e como a atual gestão avança em prospectar empreendimentos expressivos para o Estado”, pontua o gestor da Sede.
Potencial mineiro
A expansão do mercado de energia renovável está ainda no início. Segundo recente estudo da Solar Power Europe, instituição que reúne 250 organizações do setor na Europa, o Brasil é o 5º mercado mais promissor em energia solar para os próximos cinco anos no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Alemanha. E Minas, líder nacional, é um dos protagonistas desse processo. O governo do Estado já trabalha para aproveitar as oportunidades para gerar mais empregos com essa cadeia de valor.
*Com Agência Minas