Alexsandro Mesquita
Correspondente
GLAUCILÂNDIA - Tudo começou com uma insatisfação e uma promessa do casal, Geraldo Carlos Gonçalves Barbosa, e a esposa Cristina Gomes da Silva. Os dois criaram a Associação comunitária do Bairro Progresso há 1 ano e 10 meses.
Para Geraldo Carlos, a insatisfação com o Cecog - Centro comunitário de Glaucilândia, criado a partir de uma eleição para presidente da entidade, gerou a vontade de abrir nova associação. Ele conta que, na época, duas pessoas impedidas de votar fez com que ele perdesse por 12 votos a 11. Segundo ele, as impedidas tratavam-se de eleitoras suas.
- Bom, tudo isso ficou no passado, e logo me engravidei do terceiro filho, era uma menina, e estava com complicações na gestação. Depois do parto, começava a história do nascimento de Genifer Cristine Silva Gonçalves e da Associação comunitária do Bairro Progresso. Fiz uma promessa que, se a menina ficasse boa de saúde, eu trabalharia na área social por 7 anos. Foi o pacto que fizemos com Deus - conta Cristina, presidente da Associação.
AMOSTRAS GRÁTIS
Por intermédio de Geraldo Carlos, formado em auxiliar técnico de enfermagem, eles conseguem amostras grátis de remédios com amigos de Montes Claros.
- Eu pego a receita com o carimbo autorizando e tento conseguir o remédio - diz Geraldo.
Eles buscam ajuda de todas as formas. Contam que já fizeram bingos para ajudar famílias necessitadas; conseguem material escolar, feiras, roupas e, quando tem alguém internado, tem total assistência, como por exemplo acompanhamento de natalidade. Além disso, em janeiro deste ano a associação recebeu quase 2 mil toneladas de cestas básicas, que foram distribuídas. Geraldo diz que conseguiu isso com um amigo de Belo Horizonte, mas não quis revelar o nome.
PROGRESSINHO
Dentro da Associação dos adultos existe ainda a Associação Progressinho, cujos responsáveis são Janinho e Emily, filhos de um dos casais associados.
- O meu filho Juninho ficava num corre-corre durante as reuniões, aí as crianças mesmo tiveram a idéia de fazer uma lista com nomes, que levava o nome de equipe do bem e que ficava enterrada no quintal. Um dia fui olhar o que tanto eles mexiam num buraco e descobri essa lista. Hoje, eles desenham, contam histórias e, com a ajuda dos dois responsáveis, também crianças, fazem a ata. É uma maneira de aprenderem a ter responsabilidade e saber como funcionam as coisas - diz Cristina.
Segundo ainda a presidente, se o trabalho anda bem, o mérito é de todo os associados, que apóiam e ajudam em tudo o que acontece. Ela diz que a união é muito forte.
A sede da associação funciona, provisoriamente, casa de Cristina, e começou com 26 famílias. Hoje conta com aproximadamente 70. Para o próximo dia 23, os associados organizam uma quadrilha de acordo com os costumes.