A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) efetuou a prisão preventiva de um homem de 64 anos, acusado de estupro de vulnerável contra sua própria neta de criação, uma adolescente de 11 anos, em São Francisco, no norte do estado. As autoridades agiram após a vítima revelar aos pais os abusos sofridos desde os oito anos. A detenção foi realizada na última quarta-feira (21).
A delegada Natália Caliman Sório Palmeira, responsável pelo caso, contou em coletiva de imprensa, realizada na manhã da última quinta-feira (22), que a Polícia Civil tomou conhecimento dos fatos no dia 15 de agosto por meio dos pais da vítima. “A menina relatou que sofria esses abusos e que o autor seria o avô, que é padrasto do pai da menina. O indivíduo foi preso em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, onde possuía em sua residência uma espingarda. Ele foi conduzido, autuado em flagrante, confessou tanto o crime de posse ilegal de arma de fogo quanto o crime de estupro. O suspeito foi levado em audiência de custódia e, com relação ao crime de posse ilegal de arma de fogo, ele foi solto e, em razão disso, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva em relação ao estupro de vulnerável”, conta.
Conforme a polícia, foi confirmado nas investigações de que o avô é realmente o autor que praticou o estupro. A menor ainda não foi ouvida, haja vista a necessidade de que a sua escuta seja feita em depoimento especial em juízo.
OUTROS CASOS
A delegada ainda esclareceu existir a possibilidade de que outras pessoas tenham sido abusadas. “Há princípio, o pai da vítima teria entrado em contato com as filhas biológicas do autor e elas, indignadas, teriam confessado ao pai da menina que também teriam sido abusadas pelo pai biológico delas. Há princípio, as filhas não foram ouvidas e o crime estaria prescrito, porque elas disseram que isso teria ocorrido há mais de 30 anos”, explica a delgada Natália.
“Percebemos que foi muito importante a percepção dos pais em observarem o comportamento da filha que vinha tendo constantes crises de choro sem alguma razão, não querendo se alimentar e vinha tentando contra a própria vida. A partir daí, os pais levaram a menor até uma ajuda psicológica, onde reforçamos a importância de os pais analisarem os comportamentos dos filhos, onde essa atitude pode prevenir que um mal maior aconteça. Abusos mexem com o psicológico das crianças e essa vítima poderia não estar mais aqui”.
A polícia ainda contou que a criança gravou um vídeo para os pais por vergonha de falar sobre como teriam ocorrido os abusos sexuais. “Os pais acabaram apagando o vídeo por não querer expor a menor e, o que tudo indica, ele se aproveitava de momentos que estava a sós com a menor numa casa ao lado da dele, onde possuía uma rede de descanso onde eram cometidos os abusos”, finaliza a delegada.
A polícia esclarece que as investigações estão sendo concluídas e que há um prazo de dez dias para relatar o inquérito e encaminhar ao Ministério Público para apurar o estupro de vulnerável.