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Quinta-Feira,18 de Setembro

Guerra das cervejas marca o carnaval de Pirapora

Jornal O Norte
Publicado em 22/02/2007 às 12:30.Atualizado em 15/11/2021 às 07:58.

Tiago Severino


Correspondente



PIRAPORA - O carnaval desta cidade foi marcado por uma guerra: a disputa entre um grupo de comerciantes e a organização do evento sobre a venda de bebidas. A festa momesca recebeu o patrocínio de um fabricante de cervejas, por isso, foi estabelecido um decreto municipal, que proibia a comercialização de outra marca dentro do circuito da folia. A Prefeitura e a empresa organizadora só não contavam com uma reação contrária.



Quatro proprietários de quiosques conseguiram uma liminar liberando a comercialização. A determinação judicial foi expedida na sexta-feira. No pedido, eles argumentaram que por serem empresas privadas não podem ser obrigados a comercializar uma única marca. Poucos instantes após o grupo receber a autorização, houve uma reunião com membros da administração municipal para chegar a um acordo.



De acordo com Geraldo Magela Soares (Gê), não houve uma discussão com os proprietários de quiosques sobre a comercialização de produtos no evento. No domingo, o quiosque dele teve a área voltada para Avenida Salmeron, cercada por placas de ferro, o que o deixou do lado de fora da área principal do carnaval. A Polícia Militar e a coordenação do evento acompanhavam o fechamento.



A empresa organizadora informou que a medida foi tomada com base no decreto municipal. O quiosque de Gê ficou fechado até às 21h, quando as placas foram retiradas. O presidente da Associação dos Barraqueiros e Ambulantes de Pirapora (Abrap), João Donizete Cardoso dos Santos, não é a favor da venda de apenas um fabricante. Segundo ele, houve uma tentativa de negociação com os organizadores, em que a Abrap ofereceu R$ 7 mil como apoio financeiro à festa, para não estabelecerem apenas uma única marca a ser vendida.



Apesar da existência do decreto, a venda de outras cervejas era liberada aos restaurantes situados no recinto. Wagner Barbosa, diretor de revenda da empresa patrocinadora, diz que a expectativa era vender 10 mil dúzias de produtos, entre cervejas e refrigerantes, mas, a “invasão” (a venda de outras marcas) no carnaval comprometeu a meta.



“Durante 355 dias, é permitida a venda de qualquer produto. Agora, por cinco dias, não se pode fazer uma parceria para ajudar a realizar um evento que beneficie toda a cidade. Isto é falta de companheirismo”, classificou o secretário municipal de Turismo, Anselmo Rocha. Segundo ele, cerca de 80 mil foliões passaram pelo circuito. Houve desfiles dos tradicionais blocos carnavalescos e caricatos e escolas de samba.



O destaque foi a Escola Piratas do Samba que apresentou um samba-enredo sobre a magia do Rio São Francisco. A agremiação contou a estória do caboclo d’água: protetor do rio, e do vapor fantasma: que aparece navegando no Velho Chico. Todos os dias aconteceram shows de axé. A folia de momo foi aberta na sexta-feira com a banda Os Balalaikas e encerrada na terça-feira com o grupo Mania de Toalha.

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