Minas do Norte

Guerra contra o Aedes aegypti

MOC decreta estado de emergência na saúde pública com validade de 120 dias

Márcia Vieira
Publicado em 17/02/2023 às 21:48.
UPA Chiquinho Guimarães: 99 % das pessoas que tem buscado a unidade estão com sintomas da doença. (MÁRCIA VIEIRA)
UPA Chiquinho Guimarães: 99 % das pessoas que tem buscado a unidade estão com sintomas da doença. (MÁRCIA VIEIRA)

O alto número de casos de chikungunya, dengue e zica em Montes Claros levou a prefeitura a decretar estado de emergência na saúde pública a partir desta sexta-feira (17) com validade por 120 dias.

O texto do documento nº 4509, trata do “cenário alarmante” e tem como um dos fundamentos o último LIRAa registrado na cidade, que apontou um índice de 15% de infestação predial do mosquito Aedes aegypti, transmissor das arboviroses citadas.   O número é mais do que quatro vezes maior do que é classificado pelo Ministério da Saúde como de alto risco, de 3,9%.

A partir da publicação, o sistema de saúde fica autorizada a adotar medidas administrativas e assistenciais com o objetivo de minimizar o problema, entre elas a aquisição de insumos e materiais, a contratação de recursos humanos e serviços necessários ao atendimento, em caráter excepcional, entretanto, neste período de vigência do decreto, o município deverá preparar o processo de licitação. 

Todas as situações pertinentes ao decreto deverão ser tratadas como prioridade nos órgãos e entidades municipais.
 
CENÁRIO
Na Upa Chiquinho Guimarães, 99% das pessoas que chegam ao local relatam sintomas que podem ser atribuídos a doença. Yasmim Pereira Gonçalves, de 15 anos chegou por volta das 14h. Passou pela triagem e está aguardando atendimento. 

“Comecei a sentir dores ontem a noite quando cheguei do curso. Quando fui tomar banho meu corpo estava como uma lixa. Hoje acordei para ir a escola e não consegui. Estava com os olhos doendo, febre, e os dedos das mãos. Minha avó tinha pegado a doença e então resolvi vir aqui pra consultar. Tomei dipirona mais cedo, mas quando acordei estava com muita dor”, conta a estudante.

Anthony Kauã, de 17 anos começou a sentir dores na noite de quinta-feira. Besta sexta ele chegou a ir ao colégio, mas no segundo horário pediu ao pai para buscá-lo, pois as dores estavam insuportáveis. 

“Tive febre de 39 graus. Os olhos estão vermelhos, estou com dor no corpo e dificuldade para andar”, relata, acrescentando que não sabe onde se contaminou e que a partir de agora vai fazer uso de repelente. 

Morador do bairro Maracanã, confirma que na região há bastante gente com os mesmos sintomas. A dona de casa Maria Elza da Silva mora no mesmo bairro e há 20 dias teve os primeiros sintomas. Foi à UPA, recebeu a medicação e conta que hoje retornou a unidade de saúde porque as dores estão fortes. 

“Eu tenho medo de dormir, porque quando deito tenho muita dificuldade de levantar. Preciso da ajuda de meu filho. Mas não existe posição confortável. Sentada ou deitada, tudo dói”, diz. 

Questionada sobre o Decreto de emergência, ela acredita que foi uma boa medida. “Se for para combater a doença vale a pena, porque é uma doença muito complicada e parece que a dor nunca vai passar “, finaliza.

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