(Divulgação/Emater-MG)
De sabor inconfundível e considerado um patrimônio do Estado, o Queijo Minas Artesanal está prestes a ganhar ainda mais reconhecimento no mercado nacional e internacional.
Com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pesquisadores estão sendo convidados a elaborar propostas que contribuam para sustentabilidade e a melhoria da qualidade do queijo artesanal em toda a cadeia produtiva.
A chamada pública 08/2017, Queijo Artesanal: Tecnologias para o seu Aprimoramento, já está aberta e os pesquisadores interessados têm até o dia 16 de outubro para encaminhar os projetos. Ao todo, R$ 1 milhão será destinado às propostas aprovadas.
“Existem várias questões que precisam ser estudadas para ter um padrão de qualidade que respeite as características do queijo. Isso é muito importante, que existam padrões. A padronização permitirá a abertura para novos mercados”, acredita o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, professor Paulo Sérgio Lacerda Beirão.
TEMAS
As propostas de investigação podem relacionar-se a diferentes linhas temáticas: qualidade do leite para produção do queijo artesanal; processos de higienização; condições de acondicionamento, armazenamento, transporte e comercialização; entre outras. No entanto, o professor Beirão alerta para um ponto importante: as propostas devem ter resultados úteis e aplicáveis.
“Essa chamada tem uma característica que difere das demais. Ela exige que, como parte do projeto, os pesquisadores coloquem os mecanismos desenvolvidos a serviço da produção, como algo útil e aplicável. Tem que impactar na qualidade e aprimoramento do queijo”, enfatiza o Paulo Beirão.
“Essa é uma oportunidade de agregar toda nossa competência, desde a área de produção do leite até a garantia de qualidade para lidar com o gado leiteiro”, acrescenta o professor.
Dúvidas podem ser encaminhadas para a Central de Informações da Fapemig pelo e-mail ci@fapemig.br.
Características únicas
O Queijo Minas Artesanal é considerado patrimônio dos mineiros e é produzido em sete regiões: Canastra, Cerrado, Araxá, Salitre, Serro, Campo das Vertentes e Triângulo.
O reconhecimento do modo artesanal da fabricação do queijo em Minas é tão grande, que o produto foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Estudos históricos, agrogeológicos e edafoclimáticos (relativos ao solo e ao clima) foram feitos para identificar e definir as sete regiões tradicionalmente produtoras.
Os queijos destas regiões possuem características próprias que lhes conferem uma identidade regional, em função da altitude, temperatura, tipo de solo, pastagens e umidade relativa do ar.
A legislação identifica como Queijo Minas Artesanal o produto que apresenta consistência firme, cor e sabor próprios, massa uniforme, isenta de corantes e conservantes, com ou sem olhaduras mecânicas, confeccionado a partir do leite integral de vaca fresco e cru, retirado e beneficiado na propriedade de origem.
De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), há 287 produtores mineiros cadastrados, aptos para a produção de Queijo Minas Artesanal e habilitados para vender dentro do território mineiro.
As propriedades rurais que quiserem se cadastrar como produtoras de Queijo Minas Artesanal devem seguir os critérios estabelecidos pela Portaria 1.305, do IMA.