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Quarta-Feira,9 de Julho

Governo de Minas vai ao STF para barrar reajuste adicional aos servidores do Estado

Argumento é de que Estado não tem caixa para arcar com aumentos adicionais dos servidores

Lucas Sanches e Hermano Chiodi
Do HD
Publicado em 20/04/2022 às 00:10.Atualizado em 20/04/2022 às 09:49.

Após a promulgação das emendas que conferem reajuste adicional a servidores do Executivo estadual, nessa segunda-feira (18), o governo de Minas entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a Assembleia Legislativa (ALMG). O pedido foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e terá como relator o ministro Luis Roberto Barroso. 

A ação argumenta que o reajuste é inconstitucional, tendo em vista que a ALMG não apresentou estimativas financeiras dos impactos da medida.

Com a promulgação, entram em vigor os percentuais que beneficiam as áreas de segurança pública (14%), saúde (14%) e educação (33,24%), assim como o auxílio social para inativos das forças de segurança. Essa proposta havia sido vetada pelo governador Romeu Zema (Novo), mas o veto foi derrubado pela Casa.

O governo sustenta que a situação fiscal do Estado é de conhecimento da Casa, e cita o déficit de R$ 11,7 bilhões previsto para as contas públicas neste ano.

O pedido é para suspensão imediata dos artigos da lei promulgada, que citam o reajuste às categorias. Para “evitar prejuízos”, o Executivo ainda pede que o reajuste seja suspenso enquanto durar o processo. A reportagem entrou em contato com a ALMG, mas não recebeu posicionamento.
 
REAJUSTE
No dia 4 de abril, Zema sancionou projeto que reajusta o pagamento de todos os servidores estaduais em 10,06%, mas vetou emendas que aumentam o salário para categorias específicas.

Segundo ele, a porcentagem equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, o máximo que o Estado pode pagar.

O pagamento dos adicionais é retroativo a 1º de janeiro de 2022, porém, a promulgação da lei não garante aos servidores o reajuste aprovado pelos deputados. Isso porque o governo levou o caso para o STF.

“Em respeito à responsabilidade fiscal e à legalidade, o governo reforça que não tem previsão orçamentária para arcar com os gastos extras indicados pelos artigos 10 e 11 do texto, que criam uma despesa adicional de R$ 9 bilhões ao Estado, sem indicar a fonte de recursos pagadora”, afirmou o governo em nota oficial.

A única coisa certa até o momento é o reajuste de 10,06% para todas as categorias, índice que o governo garantiu que serão aplicados no pagamento dos salários que os servidores receberão em maio. 

No entanto, caberá ao Poder Judiciário definir se os servidores irão receber o salário com reajustes maiores, quando essa correção será feita e como o Estado irá pagar os valores retroativos.

De acordo com o professor de direito do Ibmec, Leonardo Spencer, “o governo deve acionar o Judiciário e solicitar uma medida cautelar. Se o Judiciário não acolher os argumentos do governo estadual, o pagamento deverá aplicar os reajustes definidos na Assembleia”, explicou.

Professores fizeram vigília na Assembleia para garantir que deputados derrubassem vetos do governador Romeu Zema ao projeto de reajuste dos servidores (hermano chiodi/jornal hoje em dia)

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