Professor de História formado pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, George Gomes de Oliveira é exemplo de vida e perseverança.
Deficiente visual desde os 13 anos de idade, George sempre buscou de forma confiante vencer os obstáculos impostos pela cegueira sem desanimar jamais.
Segundo o professor George, seu sonho era fazer informática. Porém não pôde fazer o curso, pois a escola em que foi matriculado não oferecia condições para atender a pessoas cegas.
O professor George perdeu a visão do olho direito aos seis anos de idade proveniente de uma queda de cavalo. Fez até a quarta série primária enxergando apenas do olho esquerdo. Com 13 anos ficou cego totalmente. Passou por duas cirurgias sem êxito. Afastou dos estudos por um tempo voltando aos 19 anos época quando aprendeu Braile.
A volta aos estudos e à vontade de superar os desafios e conquistar um espaço aconteceu através da música. Quando ficou cego, George ganhou um violão e ingressou no Conservatório Lorenzo Fernandes em Montes Claros. Ali fazendo o curso de violão, ele conheceu algumas pessoas com deficiência visual que viviam intensamente apesar da cegueira; foi quando percebeu através do exemplo dos seus colegas que poderia voltar a estudar. E estudou muito. Hoje leciona para uma escola estadual no município de Luislândia a 20 quilômetros de Brasília de Minas.
“Desde o início foi um desafio muito grande a partir do momento que comecei a vivenciar esse cotidiano da sala de aula, principalmente na regência quando eu percebi que estava ali sozinho na sala e pra manter a ordem, a disciplina era um obstáculo muito grande. Lógico que pela capacidade que Deus nos deu nada não chegava a ser uma barreira intransponível. Mas, havia uma dificuldade ali e a partir do momento que concluí o curso em 2004. No ano seguinte eu comecei com doze aulas em Mirabela pelo Estado. Trabalhei seis meses o ano passado até passar no concurso agora em junho. Como efetivo comecei agora em fevereiro,” conta George.
A metodologia adotada por ele em sala de aula é aquela de nunca se distanciar dos alunos: “Eu acho que a melhor forma de manter um bom relacionamento, a ordem, a disciplina é me aproximar ao máximo. Nunca me colocando num patamar, nessa coisa do professor de se sentir superior”, declara.
“Pelo potencial de capacidade que Deus nos deu é muito grande e eu agradeço muito a Deus pelo amparo espiritual, estrutura psicológica e pela muita força de vontade que tenho. Agradeço também pelo apoio da família e amigos como Jonas, que me ajudam muito nessa caminhada,”diz.
Hoje além de professor, George é compositor de várias músicas e pretende em breve gravar um CD.
George apesar da deficiência agarrou a possibilidade que tinha em prosseguir e o fez rumo à vitória. E venceu.