Paulo Brandão


Correspondente

BOCAIÚVA - Para muitos a chuva é uma fonte de riqueza, traz benefícios, ameniza o clima e favorece a agricultura. Para moradores de cidades em que há carência de saneamento básico ela traz prejuízos e muita dor de cabeça. Assim é a vida de alguns moradores da Rua Izidro Caldeira e da Praça Coronel Araújo, Centro, quando se inicia o período chuvoso. Cinco minutos é o prazo mínimo para que a água da chuva misturada com a da rede de esgoto, lixo, garrafas plásticas e objetos de higiene pessoal se acumulem nos quintais da casa da advogada Lívia Figueiredo.

Lívia mora há um ano e meio na Rua Izidro Caldeira. Ela procurou a reportagem, relatando o descaso do poder público para com o seu problema. Na última quarta-feira, 8/11, 10 minutos de chuva foram necessários para que a água entrasse em sua casa e tomasse a maioria dos seus cômodos. Lívia já perdeu a conta de quantas vezes teve que mudar os seus móveis para o segundo pavimento de sua residência. A força da água é tão forte que já derrubou um muro de cimento e quase levou o portão do quintal da moradora. Ela foi mais incisiva e colocou uma faixa de frente a sua casa com os seguintes dizeres: “Convido a todos para conheceram a mais nova passagem de águas pluviais e de esgoto de Bocaiúva, com direito a inundação - Esta casa! Data do Espetáculo: Dia da Chuva”. 

SAAE

A advogada disse que, anteriormente, procurou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto-Saae- e de acordo com o engenheiro José Márcio Vieira, assim que acabasse o período chuvoso seria solucionado o problema. Só que, na última vez que Lívia foi ao órgão, o engenheiro disse que não poderia fazer nada por ela. -É muito triste o cidadão sentir a ausência do poder público no âmbito da saúde pública-, afirma a moradora.

Segundo um engenheiro, a solução para que a água da chuva misturada com esgoto não invada mais as residências seria a construção de mais bocas de lobos e colocar manilhas maiores. E o problema não pára por aí. Além das águas da chuva invadirem as residências, os moradores têm que conviver com ratos, ratazanas e vários animais peçonhentos. Tranquilamente, a qualquer hora do dia, ratazanas transitam pelas ruas.

MAIS PREJUDICADOS

Outra prejudicada pela falta de saneamento é a professora Maria Dalva de Souza. A situação desta moradora é mais amena. A água entra com mais dificuldade em sua casa, mas várias vezes teve que conviver com os seus moveis debaixo d’água. Ela fala do mau cheiro quando a água da chuva se mistura com esgoto. “Ainda não procurei o Saae, apesar de várias vezes ter sido prejudicada. -É preciso que sejam tomadas sérias providências, pois podemos contrair várias doenças em contato com essa água-, ressalva a professora.