Logotipo O Norte
Segunda-Feira,15 de Setembro

Escola sensibiliza pais quanto a educação inclusiva, em Glaucilândia

Jornal O Norte
Publicado em 26/07/2006 às 11:32.Atualizado em 15/11/2021 às 08:40.

Cinara Ferreira


Correspondente



GLAUCILÂNDIA – Após promover a sensibilização e capacitação de profissionais da educação sobre a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais nas escolas da rede regular de ensino nos núcleos municipal ou estadual, a secretaria municipal de Glaucilândia continua empenhada em promover ações para garantir a permanência dos alunos que apresentam algum tipo de deficiência, nos ambientes escolares, uma vez que já existe uma grande demanda de crianças com certas limitações nas escolas do município.



A oficina aconteceu na escola municipal Joaquim da Silva Maia no último dia 13. Houve a participação dos pais de alunos que necessitam de cuidados especiais e também daqueles que os filhos não possuem nenhum tipo de deficiência.



A presença dos pais foi de suma importância para que eles percebam que a criança que tem limitações devem ser respeitada e tratada como todas as outras, seja em casa ou na escola, e que é dever da escola realizar um trabalho diferenciado, e não excluí-la do convívio com os outros alunos.



De acordo com a Psicóloga do município, Marla Daniela Alves Souza, o preconceito muitas vezes começa dentro de casa.



- Existem pais de crianças que não são portadoras de deficiência que não aceitam que os filhos normais, convivam com àquelas que têm problema. Há também os pais de crianças portadoras de necessidades especiais que não querem que os filhos tenham contato com pessoas normais, para não sofrerem preconceitos ou por vergonha, em alguns casos, explica Marla.



SENSIBILIZAÇÃO



Segundo a psicóloga, convidada pela secretaria municipal de Educação para conduzir a reunião, a sensibilização aconteceu com a intenção de conversar com os pais, para ouvir os anseios e angústias de cada um, em relação ao problema do filho e auxiliá-los.



- O mais importante é ajudá-los a enxergar a situação de outra maneira e fazer com que todos percebam que, mesmo com limitações, essas crianças merecem respeito e necessitam de carinho e atenção, e as outras pessoas, também os coleguinhas de escola, precisam aprender a conviver com o diferente. E se a criança que é normal chega em casa criticando, rindo do colega que tem deficiência, é hora do pai ou mãe sentar com ela, conversar, explicar que não pode ser assim, e procurar ajudar nesse processo de transformação, disse Marla.



PALESTRA



Na reunião foram exibidos vídeos enviados pelo MEC, sobre deficiência física e deficiência mental, houve leitura de mensagens relacionadas ao tema. Aurindo Laurindo de Oliveira, pai que participou da reunião, diz que achou muito interessante.



- Os pais ou responsáveis por crianças portadoras de deficiência não devem esconder o problema, deve sim conversar. Muitos vêem tudo isso como coisa de outro mundo e não deve ser assim, essas crianças precisam é de apoio, serem amadas e respeitadas acima de tudo, disse Aurindo.



Dona Sebastiana Rodrigues diz que a reunião foi importante



- A sensibilização foi positiva porque esclareceu aos pais que têm filhos com alguma deficiência que não coloca o filho na escola, talvez por falta de conhecimento ou por medo ou vergonha, e na reunião foram mostrados exemplos de como devemos aceitar as pessoas do jeito que elas são – declara Sebastiana.



LIDANDO COM A DIFERENÇA



Envolver a família no processo de transformação das escolas é trabalhar pela mudança de olhar diante da diferença. Este é um projeto novo que poderá encontrar resistências pela frente. Tudo que é novo assusta, mas a partir dos primeiros passos que já foram dados, principalmente pelas escolas, no futuro, bons frutos poderão ser colhidos. É necessário que as pessoas percebam que a situação que envolve os portadores de necessidades especiais é um quadro real e permanente. Sempre haverá pessoas diferentes umas das outras, com deficiência ou não. A questão de incluir essas crianças nas escolas de ensino regular visa o aprendizado de acordo com a capacidade de cada uma.



De acordo com a psicóloga, este é um processo lento, mas que vai garantir a socialização e o estímulo a essas pessoas, para possam aprender algo, mesmo com as dificuldades.



- O papel da família é de fundamental importância no processo de socialização. A questão deve ser trabalhada com os filhos dentro de casa, ensinando-os a ter respeito com o próximo. A humanidade precisa conviver com as diferenças, seja de cor, de classe social ou de comportamento, porque ninguém é igual a ninguém, o que deve permanecer é o respeito, a tolerância e o amor entre os seres humanos, enfatiza Marla.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por