Minas do Norte

Escola indígena que pegou fogo é reformada

Mais de R$ 1 milhão serão investidos para recuperar unidade, em São João das Missões

Márcia Vieira
Publicado em 04/11/2022 às 23:09.Atualizado em 05/11/2022 às 00:02.
Atividades do dia das crianças no espaço improvisado da Escola Estadual Xukurank. (ASCOM PREFEITURA SÃO JOÃO DAS MISSÕES)
Atividades do dia das crianças no espaço improvisado da Escola Estadual Xukurank. (ASCOM PREFEITURA SÃO JOÃO DAS MISSÕES)

A Escola Estadual Xukurank, localizada na Aldeia Barreiro Preto, comunidade indígena XaKriabá em São João das Missões, está recebendo reforma , depois de sofrer um incêndio em junho de 2021. O Governo de Minas está investindo cerca de R$ 1,28 milhão para a obra de restauração, reconstrução e ampliação da edificação atingida pelo fogo.

Desde então, os 180 alunos indígenas que estudavam na sede estão assistindo aulas em um espaço improvisado. Submetido às condições climáticas, o ensino sofre pequenas interrupções, como nesta quinta-feira, 3. 

“A Secretaria Estadual já repassou o recurso, estamos com a reforma bem adiantada, mas ainda falta muito para terminar. Hoje mesmo tivemos que suspender as aulas porque o espaço alagou e não tivemos como trabalhar. A situação que estamos passando com os alunos não é das melhores. No período de sol é muito quente e no período de chuva alaga o terreno”, disse a diretora da escola Maria Aparecida Barros, que espera ansiosa pela conclusão da obra. A expectativa é a de que seja finalizada até dezembro deste ano e que em 2023 os alunos possam retornar ao antigo espaço.

Obras vão até dezembro

A escola Xukurank atende a educação infantil, anos iniciais e anos finais do ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). 

O formato da educação indígena é diferenciado, e de acordo com Aparecida, por ser um povo indígena que tem sua cultura própria, necessita dessa especifidade.Todos os servidores ( professores, diretores, merendeira), com exceção dos inspetores, sao provenientes da Aldeia.

“Estamos com um pé na aldeia e outro no mundo. Seguimos a base nacional comum, com português , matemática, biologia, história, ciências, mas temos também a matemática tradicional da nossa cultura. Temos território, cultura, direitos indígenas e outras disciplinas e práticas tradicionais diversificadas dentro da matriz curricular indígena. O diferencial está na nossa raiz, na nossa identidade”, disse a diretora. 

“As obras estão em execução, com mais de 60% de avanço físico e têm previsão de conclusão até final de dezembro deste ano”, informou a secretaria Estadual de Educação em nota. 

Ainda de acordo com a Secretaria, em todo o Estado, há 28 escolas com atendimento específico à educação escolar indígena, seja em território indígena ou em segundos endereços, localizados em 16 municípios, onde estão matriculados cerca de 4.800 estudantes. Ao todo, são atendidos estudantes de 10 etnias, são elas: Kaxixó, Kiriri, Krenak, Maxakalis, Mokuriñ, Pankararu, Pataxó, Tuxá, Xakriabá e Xucuru-Kariri.

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