Em congresso do Isejan, Ruy Muniz diz que formato do ensino brasileiro é negativo

Jornal O Norte
Publicado em 30/05/2006 às 11:15.Atualizado em 15/11/2021 às 08:36.

Benjamim Oliveira Júnior


Correspondente



JANAÚBA – “A seca não é barreira para o desenvolvimento do Norte de Minas, região comprovadamente produtora de alimentos. Tem que superar a má distribuição de água e implantar a educação de qualidade”. Essa colocação foi dita pelo professor Ruy Adriano Borges Muniz, do grupo Soebras/Funorte, na abertura do I Congresso do Isejan – Instituto Superior de Educação de Janaúba, na noite de sexta-feira, 26.



Segundo Ruy Muniz, o ideal é implementar uma digna política de educação para suprir as necessidades. O formato do ensino brasileiro provoca situação negativa. Não existem vagas nas instituições de ensino superior tanto públicas quanto privadas.



- No Norte de Minas, aproximadamente 50 mil alunos concluem o ensino médio anualmente. Porém, há somente cerca de 10 mil vagas nas universidades e faculdades da região - diz.



Ruy diz ainda que, enquanto na Coréia do Sul 90% da população têm curso superior, no Brasil a abrangência atinge apenas 9% dos habitantes, bem abaixo dos 60% a 70% dos norte-americanos e europeus, e dos 30% dos argentinos. No Norte de Minas, afirma o professor, apenas 3% da população freqüentaram uma faculdade.



INTELIGÊNCIA HUMANA



Ao comentar a transição pela qual a sociedade passa da era da mão-de-obra (valor da terra) para o período do conhecimento, da informação e da tecnologia, Ruy ressalta a importância de se desenvolver a inteligência do ser humano. De acordo com ele, a educação de qualidade atinge apenas 10% da população. Para reverter a situação, o professor sugere a educação baseada na consciência, em que o aluno possa desenvolver virtudes e viver a realidade.



HISTÓRIA DOS GORUTUBANOS



O diretor do Isejan José Ermelino Damasceno frisou que o 1º Congresso é a demonstração de que o instituto tem seguido devidamente os caminhos visando à concretização dos ideais:



- A atuação com reflexão, perceptividade e visão plural possibilita uma construção coletiva.



O Isejan agrega, em Janaúba, aproximadamente 500 estudantes em 13 turmas de três cursos.



A professora de lingüística Cléia Márcia Viana lançou o livro A identidade do povo gorutubano, elaborado pelos alunos do 2º e 3º períodos de Letras do Isejan:



- São relatos de gorutubanos nativos e descendentes sobre a origem dos índios Tapuias, da comunidade de Janaúba e como viveram e vivem os gorutubanos.



A professora destaca a fidelidade das informações obtidas pelos acadêmicos.  A professora Helena Maria Magalhães Gramiscelli (UFMG, PUC/Minas), discorreu sobre As Naridades, caso das interdisciplinaridades.



O congresso terminou no domingo, 28. Houve apresentação artística do grupo Vozes do Isejan, que retratou o sofrimento do povo do sertão, principalmente o norte mineiro. Ainda foram realizados mini-cursos, debate sobre vários temas, dentre eles o Norte de Minas em foco; os novos paradigmas e as novas linguagens.

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