Está aberto até o dia 29 de julho o Edital que vai escolher dois artistas do Norte de Minas para integrar o projeto “Arte nas Águas de Minas”, fruto de parceria da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA) e Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet com patrocínio da Copasa.
Após enfeitar os muros e caixas d’água de Montes Claros, o projeto mira, nesta segunda edição, os reservatórios da cidade de Brasília de Minas. Os interessados têm até às 17h59 do dia 29 de julho para fazer a inscrição. Poderão participar, artistas maiores de 18 anos, residentes nos municípios de Brasília de Minas ou nas cidades da microrregião: Campo Azul, Capitão Enéas, Claro dos Poções, Coração de Jesus, Francisco Sá, Glaucilândia, Ibiracatu, Japonvar, Juramento, Lontra, Luislândia, Mirabela, Patis, Ponto Chique, São João da Lagoa, São João da Ponte, São João do Pacuí, Ubaí, Varzelândia e Verdelândia. A premiação é um cachê de R$ 6 mil (R$ 4 mil mural mais R$ 2 mil oficina).
Em cada cidade, o projeto tem curadoria de um artista nacional, que divide conhecimento e histórias com os artistas locais selecionados e com a população, por meio de oficinas de arte e exploração das potencialidades de cada região. Para Brasília de Minas, o artista convidado é Thiago Mazza, mineiro de Belo Horizonte e um dos principais muralistas contemporâneos do país. O artista, autodidata em pintura e com obras espalhadas pelo mundo em países como Croácia, México, Reino Unido e Suécia, chega ao Norte de Minas, confessando que era um sonho conhecer mais de perto as pluralidades do norte-mineiro e direcionar o trabalho para o que a região oferece. “Já havia o interesse de pintar alguma coisa ligada ao Cerrado, então é uma grande oportunidade para eu fazer um primeiro mural sobre a flora e a vegetação do Norte de Minas” destaca. Para o artista, o trabalho em questão tem a função de conectar as pessoas com a natureza local. “A minha intenção é representar, porque quando a gente pinta num mural, a gente consegue tornar as plantas bem grandes, o que já é uma característica do meu trabalho. Isso estimula a atenção à biodiversidade do local. Uma interação com as pessoas para valorizar o que elas têm. Essa é a maior intenção do meu trabalho”, disse Thiago.
De acordo com Cleison Jacomini, diretor de clientes, comunicação e sustentabilidade da Copasa, os murais são mais do que intervenções estéticas. “São ferramentas de educação ambiental que reforçam o vínculo com as comunidades. A nossa atuação vem no sentido de aliar impacto visual e conteúdo transformador, tornando os reservatórios espaços vivos de diálogo sobre a sustentabilidade”.
O “Arte nas Águas de Minas” teve sua primeira edição em outubro de 2024 até março de 2025 e seis cidades mineiras já receberam os murais, com trabalhados assinados pelos artistas Bicicleta Sem Freio, Pinguim e Mika (Divinópolis); Juliana Gontijo, Rafael Lacruz e Zi Reis (Contagem); Ramon Martins, Matheus Black e Marlette Menezes (Araxá); Fênix, Prado Neto e Tadeo 180 (Pouso Alegre); Bozó Bacamarte, Bela Parada e Léo Caxeta (Montes Claros); Luna Bastos, Thiago Moska e Leonardo “Cisco” Advíncola (Coronel Fabriciano). Entre outubro e novembro de 2025, está programada uma exposição no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com novos trabalhos dos 36 artistas participantes das duas edições do projeto até agora, explorando outras linguagens artísticas.