Minas do Norte

Doações para os quilombolas

Famílias do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha receberão 48.045 cestas básicas - três para cada

Larissa Durães
Publicado em 25/11/2022 às 21:43.
Vice-presidente da Associação Quilombola de São Geraldo, José Rodrigues da Silva. (Larissa Durães)

Vice-presidente da Associação Quilombola de São Geraldo, José Rodrigues da Silva. (Larissa Durães)

Desde 2021 famílias quilombolas do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha recebem doações de cestas básicas, numa iniciativa da Fundação Cultural Palmares e do Ministério da Cidadania, com o apoio da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams).  

Este ano, serão distribuídas 48.045 unidades, para suprir a necessidade de quem vive em situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar em mais de 60 municípios. Ao todo, 16.015 famílias receberão três cestas cada. 

Para o presidente da Amams e prefeito de Padre Carvalho, José Nilson Bispo de Sá, ‘Nilsinho’, a entrega é uma questão social muito significativo para todos os envolvidos. 

“Ano passado conseguimos entregar quase 18 mil cestas e este ano mais de 48 mil. É um trabalho que estamos há mais de um ano em cima do Ministério pra gente conseguir, porque sabemos a dificuldade que o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha passam”. 

As entregas diretas serão 16.710 e vão diretamente para o município mediante quantitativo geral. O valor de uma cesta básica em Montes Claros é de R$ 69. As que serão distribuídas têm arroz, feijão, açúcar, leite em pó, óleo, sardinha e macarrão. 

O vice-presidente da associação quilombola de São Geraldo do município de Coração de Jesus, José Rodrigues da Silva, conhecido como “Zé Clovis”, conta que as mais de 270 famílias cadastradas na Fundação Cultural Palmares estão muito agradecidas por receberem 810 cestas. 

“A comunidade é muito carente, só temos a agradecer essa união. O que estão fazendo por nós é uma maravilha porque ajuda demais”, diz, agradecido. 

Os habitantes da comunidade do Zé Clovis trabalham na roça e dependem do clima para sobreviver.

“Se o tempo tá bom a gente colhe, ano passado mesmo não colhemos quase nada. Não temos irrigação e cisterna é só pra beber. Então a chegada da cesta básica ajuda muito, não podem imaginar o quanto está ajudando, podem continuar, por favor, porque melhora a comunidade”. 

Para continuar a suprir a necessidade das comunidades, o presidente da Amams, tem grande expectativa de que mais cestas básicas sejam entregues no futuro. 

“A gente espera continuar, até já fizemos mais pedidos, então vamos ver se Deus ilumina, para que chegue realmente mais”, espera Nilsinho. 
 
NOVOS CADASTRADOS 
Na região da Associação Remanescente de Quilombola de Gaim, de Cônego Marinho, a assistente Darcisa dos Santos Brito conta que 72 famílias serão beneficiadas.

Para Monte Azul foram 803 cestas, para 271 famílias de seis comunidades quilombolas. 

“Está sendo a 1ª vez que estamos recebendo. Vocês não podem imaginar a valia que é essa ajuda que chega neste momento, porque o pessoal tem sofrido muito”, afirma o coordenador da Defesa Civil de Monte Azul, Robson Fernandes de Oliveira. 

“A procura aos órgãos para pedir ajuda para as comunidades tem sido muito grande. Não sabemos o que está acontecendo, se é só por causa do clima, ou uma questão política, só sei dizer que o pessoal está empobrecido demais, e com o pós-pandemia, as pessoas ficaram ainda mais fragilizadas”, relata Robson. “Infelizmente a Defesa Civil, não tem como ajudar muito, o país todo está passando por um momento difícil, então a chegada dessas cestas básicas, vieram a caiar”, ressalta. 

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