minas do norte

Destruição em Pirapora

Temporal alagou 100 casas e deixou 25 moradores desalojados e nove desabrigados

Larissa Durães
31/01/2023 às 23:56.
Atualizado em 31/01/2023 às 23:56
Após o temporal da madrugada, pela manhã foi a vez de ver o que foi destruído e contar prejuízos. (DIVULGAÇÃO / DEFESA CIVIL)

Após o temporal da madrugada, pela manhã foi a vez de ver o que foi destruído e contar prejuízos. (DIVULGAÇÃO / DEFESA CIVIL)

As fortes chuvas que caíram no último sábado (28) deixaram um rastro de destruição em Pirapora, no Norte de Minas. Cerca de 100 casas foram alagadas, 25 moradores ficaram desalojados e outros nove estão desabrigados. A prefeitura decretou situação de emergência após os danos provocados pela chuva.

“As famílias foram pegas de surpresa enquanto dormiam”, conta a coordenadora municipal de Proteção e Defesa Civil, Carla Dias. 

“O terreno já estava bem encharcado e na noite de sexta-feira (27), ocorreu uma pancada forte de chuva”, lembra Carla.  

O temporal fez com que surgissem vários pontos de alagamento na cidade. 

“As bacias já estavam com bastante água, e alagou alguns bairros, então a situação foi muito crítica”, relata a coordenadora. 

Os bairros que foram mais atingidos pelo alagamento foram: Nossa Senhora Aparecida, bairro Cidade Jardim, bairro Sagrada Família, bairro São João, Comunidade Shekinah e comunidade Vitória. 

Mas a situação que causou mais preocupação a defesa civil, foram a dos bairros Cidade Jardim e Sagrada Família. 

“No Sagrada Família, um volume de água muito grande desceu muito forte e alagou diversas casas em uma mesma rua”, conta.  

“Começamos os atendimentos no bairro Jardim, e chegando lá, tinha locais que não conseguíamos entrar. A manilha por onde a água passa não suportou, estrangulou e a água voltou para a parte baixa do bairro. E as pessoas acordaram apavoradas”.

Carla explica que, além de todos esses problemas, o que mais dificultou – Para os moradores E Defesa Civil – foi que tudo aconteceu de madrugada.  

“Ninguém está preparada para perder tudo. Para piorar, as famílias são carentes”, lamenta a guarda civil. 
 
TRÉGUA  
Carla explica que a situação só não agravou porque as chuvas deram uma trégua em Pirapora. 

“Assim pudemos entrar nas casas, muitas cheias de água. Corpo de Bombeiro socorrendo, principalmente os idosos, pessoas acamadas, crianças”, lembra, alarmada.

Algumas, dessas famílias não tinham para aonde ir depois do desastre. 

“Foram direcionadas para o hotel, outras direcionamos também para a secretaria da família e outros preferiram ir para casas de parentes, mas teve gente que preferiu ficar dentro da casa, para tentar salvar o que puder”, informa a guarda civil.
 
CONTABILIZANDO PREJUÍZOS 
A Defesa Civil informa que ainda não tem o número total de moradores afetados. 

“A gente tinha condição só de atender e socorre e tentar salvar principalmente os de maior risco”, ressalta. 

Carla calcula que o total de atingidos varie entre 160 a 200 pessoas.  

“Acho que umas 100 famílias foram afetadas ou mais fácil de entender, umas 100 casas”, explica.

A Defesa Civil informa que até a segunda-feira (30) haviam 25 e nove desabrigados. 

“O restante praticamente voltou para as casas, e estão lavando e arrumando as suas casas”, explica. 
 
PARA IMPEDIR NOVOS DESASTRES 
Agora é momento de reuniões para tentar entender motivos e culpas para tentar impedir que outro desastre. 

A coordenadora municipal de Proteção e Defesa Civil, Carla Dias diz que a região estará sofrendo o efeito de La Ninã até o fim de janeiro e que esse seria o período mais crítico. 

“Mas entendemos que o período chuvoso vence em março, não estamos livres de chuvas. Então, iremos reunir com prefeito e secretários para tentar entender o que aconteceu para tentar prevenir que não aconteça novamente. Porque o ocorrido foi fora da nossa realidade, nunca tivemos nada com essa intensidade e gravidade”, finaliza Carla Dias. 

Na região do bairro Sagrada Família, existe uma instalação de placas de energia fotovoltaica, “que para existir, desmatou muito, podendo ter agravado para formação de enxurradas que invadiram o bairro”, alertou uma fonte que preferiu não se identificar. 

Procuradas para dar maiores, informações sobre a denúncia, até o fechamento do jornal, a Atlas Renewable Energy, não se manifestou.

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