Tiago Severino
Correspondente
PIRAPORA - Quando a escola de samba Estação Primeira de Mangueira entrou na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, milhares de pessoas em Pirapora acompanhavam o desfile por dois telões montados na área de eventos. A população esperava ansiosa para ver a réplica do legendário vapor Benjamim Guimarães e escutar algum comentário sobre a cidade.
O que aconteceu foi o contrário. O sétimo carro que seria a suposta réplica do vapor não agradou ao povo, nem mesmo a presença do cantor Milton Nascimento e da cantora Paula Lima como destaques na alegoria serviu para amenizar o impacto da frustração. O pseudo-Benjamin simbolizou o mercado flutuante que se desenvolve ao longo do Rio São Francisco.
O carro desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes foi classificado pelos comentaristas da Globo como uma réplica estilizada e a única referência direta feita pela emissora foi a construção no ano de 1913, sem citar o nome da cidade ou qualquer outro dado histórico.
- O Benjamim Guimarães tem tanta história que é praticamente um pecado ter falado apenas isso - diz Marcos Frederico Amaral, morador de Pirapora.
Ele contou que ficou indignado com aquilo que (não) foi disse pela Globo sobre a cidade.
DIVULGAÇÃO NA MÍDIA
Em entrevista a uma rádio local, o prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca - PFL disse que, apesar de não ter sido citada durante o desfile, a divulgação da cidade foi feita através dos órgãos de imprensa estaduais e nacionais, que mencionaram que o Benjamim faria parte do desfile da Mangueira. Em Minas, O Norte foi o primeiro jornal a informar sobre a construção da réplica.
Para fazer o vapor, a prefeitura de Pirapora viabilizou R$ 200 mil junto ao ministério do Turismo. Warmillon afirmou que outros meios de imprensa citaram o Benjamim nas matérias sobre o desfile da Mangueira. No canal Cultura foi possível ver que os integrantes da alegoria estavam com camisetas nas quais estava escrito o nome da cidade, gravado na proa da embarcação e, também, na carranca que foi destaque na comissão de frente.
A Mangueira ficou em 4º lugar e recebeu nota dez no samba-enredo Das águas do Velho Chico nasce um rio de esperança.