Minas do Norte

Descaso com vapor em pauta no Congresso

Audiência Pública nesta quarta-feira vai discutir abandono do Benjamim Guimarães em Pirapora

Márcia Vieira
Publicado em 28/06/2022 às 21:32.
Por recomendação da Capitania dos Portos, o vapor teve suas atividades interrompidas em 2015 e, desde então, aguarda recuperação da estrutura para retomar as atividades. (EGNALDO BARBOSA/DIVULGAÇÃO)

Por recomendação da Capitania dos Portos, o vapor teve suas atividades interrompidas em 2015 e, desde então, aguarda recuperação da estrutura para retomar as atividades. (EGNALDO BARBOSA/DIVULGAÇÃO)

Há cinco meses o governo de Minas anunciou que assumiria a restauração do vapor Benjamim Guimarães, cuja reforma estava se arrastando há anos sob a responsabilidade do governo federal. No entanto, de lá para cá a situação continua a mesma e o barco, que é patrimônio dos mineiros, está abandonado às margens do rio São Francisco.

Para tentar encontrar uma solução, será realizada, nesta quarta-feira (29), às 15h, uma audiência pública na Câmara Federal, de iniciativa da Comissão de Turismo da Casa.

Foram convidados para participar da audiência representantes do Ministério do Turismo, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). 

Há cerca de dois anos, o vapor Benjamim Guimarães foi retirado das águas do São Francisco para restauração. No entanto, alguns meses após o início, a obra foi abandonada e até hoje está totalmente paralisada. O casco do barco – único no mundo movido a lenha – está aberto nas duas laterais, o que compromete ainda mais a conservação do vapor.

Durante as chuvas intensas do início do ano, que provocaram a cheia do Velho Chico, havia a preocupação de que a embarcação tombasse. A Prefeitura de Pirapora, então, escorou o vapor para evitar que isso acontecesse.

A preocupação é a de que as obras não sejam realizadas antes do próximo período chuvoso, o que poderia decretar o fim desse símbolo da navegação pelo São Francisco.
 
PROMESSA
Em janeiro deste ano, o governo de Minas anunciou que a restauração do vapor ficaria a cargo exclusivamente da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG).

Como O NORTE mostrou na edição de 19 de janeiro, o governo informou que, em breve, seriam divulgados orçamentos e novo cronograma para a continuação da recuperação do Benjamim Guimarães.

Até então, o projeto era resultado de uma parceria entre o Iepha e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo o governo, a decisão foi tomada em função da falta de repasses de recursos financeiros por parte do Iphan. O Iepha estava, por meio do convênio, encarregado pela contratação e execução da obra.

No entanto, nenhum trabalho para recuperação do vapor foi iniciado, expondo o patrimônio ao risco de perda total.
 
HISTÓRIA
O Benjamim Guimarães, cuja construção data de 1913, é referência cultural da cidade de Pirapora e do Brasil. A embarcação pode navegar em rios, lagos ou correntezas que não tenham ventos fortes. A capacidade é para 140 pessoas, incluindo passageiros e tripulação. Foi tombado pelo Estado em 1985 e registrado no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

A Prefeitura de Pirapora foi procurada para falar sobre o assunto, mas até o fechamento da edição não houve retorno. A assessoria do Iepha, a Marinha e o governo do Estado também foram acionados, mas não retornaram o contato até o fechamento da edição.

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