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Terça-Feira,16 de Setembro

Crianças com Síndrome de Down

Jornal O Norte
Publicado em 04/01/2007 às 09:11.Atualizado em 15/11/2021 às 07:54.

Pais e especialistas


discutem a inclusão






Gabrielle Borges *





Uma das maiores aflições que envolve os pais de crianças com síndrome de Down consiste no desenvolvimento do potencial da criança, visto que esta trás como conseqüência limitação intelectual. Em função disto, a entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil, quanto no ensino fundamental, representam momentos marcantes para os seus pais.  





Estes dois momentos são distintos e geram ansiedades. A entrada da criança na pré-escola gera nos pais temores ligados a sua adaptação e proteção, visto que ela sairia do seu ambiente de “proteção”, e teria que enfrentar a “vida como ela é” do lado de fora, e sem a proteção excessiva de seus pais.





Para a pedagoga Maria Inês, a entrada da criança com síndrome de Down, na educação infantil regular é muito positiva, principalmente quando a inclusão é bem feita, pois a sua socialização começa a se dar de maneira muito abrangente. Por exemplo, a criança terá que brigar pelos brinquedos e tentar se expressar, nas mesmas condições das crianças consideradas “normais” e isto ajuda muito no desenvolvimento, principalmente no que diz respeito a linguagem, as habilidades motoras e a socialização.



MESMA CHANCE





Adalton Maia, pai de uma “criança especial” , concorda que colocar uma criança com síndrome de Down em uma escola regular é dar-lhe a mesma chance que todas as crianças têm de desenvolver o seu potencial cognitivo e sócio-afetivo.





As crianças com síndrome de Down apresentam um desenvolvimento geral - motor, fala e linguagem - mais lento, mas isso não as impede de exercer atividades consideradas complexas, como tocar um instrumento musical, por exemplo.





Já para Geraldo Ruas, especialista no assunto, quando o aluno com síndrome de Down, sai da educação infantil e entra no ensino fundamental, começa a surgir novas questões que sensibilizam pais e educadores. Isto porque com o passar dos anos a deficiência intelectual fica mais evidente e, por mais estimulada que a criança tenha sido, ela irá enfrentar alguns obstáculos na fase do ensino formal, por exemplo, na alfabetização. O que acontece é que as funções cognitivas do portador da síndrome de Down podem funcionar de maneira diferente, sua atenção, concentração e memória podem ter um outro timing (é o tempo certo de cada coisa acontecer), das crianças consideradas “normais”. Neste momento, muitos pais ficam em dúvida entre a escola de ensino regular e a escola especial.



DISCRIMINAÇÃO





Por fim, é considerado importante abordar a questão do preconceito, já que ainda hoje sabemos que com freqüência existe discriminação em relação ao aluno portador de necessidades educativas especiais, seja por parte da direção da própria escola ou por parte dos pais de outras crianças consideradas “normais”.





É importante lembrar que por lei as escolas devem receber as crianças portadoras de “necessidades especiais” sem nenhuma restrição. Porém nem todas as escolas estão preparadas para receber essas crianças,  já que grande parte das salas de aula  encontram-se superlotadas, o que dificulta um cuidado mais específico por parte do professor. Além do preconceito por parte de algumas crianças e pais, reconhece o professor de Educação Religiosa Airton Ruas.



* Acadêmica do 8º período de Jornalismo da Funorte

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