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Quinta-Feira,18 de Setembro

Copasa quer explorar abastecimento de água em Pirapora

Jornal O Norte
Publicado em 26/03/2007 às 09:51.Atualizado em 15/11/2021 às 08:00.

Tiago Severino


Correspondente



PIRAPORA  - A Copasa estaria interessada em adquirir a titularidade do tratamento e abastecimento de água de Pirapora. Atualmente, o Saae - Serviço autônomo de água e esgoto é o responsável pelo serviço. A possível negociação do Município com a Copasa foi debatida na terça-feira, 20, na reunião da Câmara de Vereadores. O líder do executivo, Ildemar Cordeiro, disse que a informação é inverídica e “serve apenas para conturbar a administração municipal”.



Anselmo Caires, no entanto, resolveu usar a prudência. “Onde há fumaça, há fogo”, comentou. Confirmando esta afirmação, um veículo da Copasa esteve na Ete - Estação de tratamento de esgoto, na segunda-feira, 19. O funcionário da companhia conheceu a área que está sendo construído o emissário e visitou outros locais da cidade.



Em entrevista a reportagem, o presidente da câmara, Orlando (“da Saúde”) Lima garantiu que “de nenhuma forma permitirá a substituição da autarquia municipal pela Copasa”. O principal motivo para ser contrário à troca é o valor da tarifa praticado pela empresa do governo de Minas. A Copasa cobra R$ 31,81 para 15 metros cúbicos de água para usuários residências. A mesma quantidade do produto do Saae fica por R$ 18,70. Ou seja, a conta de uma família em uma localidade onde a companhia opera é 169% maior do que em Pirapora.



“Nós devemos obedecer a opinião do povo. E o povo é contra a vinda da Copasa”, declarou Lindolfo Lopes Moraes. Segundo o vereador, a população é contra a vinda da companhia para Pirapora. O discurso é confirmado pela última pesquisa popular que indicou o índice 82% dos usuários satisfeitos ou muito satisfeitos com a autarquia. Os consumidores também aprovam a qualidade da água e a atuação dos servidores, conforme o resultado.



Antes da reunião da Câmara ser interrompida por um problema de energia, o vereador Neivaldo Pereira ressaltou que “a transferência do Saae para a Copasa não acontecerá”. Ele foi enfático ao afirmar que “não há qualquer diálogo com a companhia sobre este assunto”. Enquanto, manifestava a opinião, Neivaldo concedeu a palavra a Edvaldo Muniz que classificou os comentários sobre a mudança de titularidade como imbecis. “Uma imbecilidade que nunca passou pela cabeça de ninguém”, avaliou.



A Assessoria de Comunicação da Copasa negou que haja qualquer tipo de negociação com Pirapora. Mas a companhia destacou que é uma empresa do governo de Minas, e está pronta a ajudar os municípios que enfrentam dificuldades. Não é o caso de Pirapora.



O governo de Minas vai receber, em breve, a titularidade do abastecimento de água de Sete Lagoas, região central, e Bocaiúva, a 220 quilômetros de Pirapora. A Copasa ainda teria interesse em adquirir Unaí, e, posteriormente, Buritizeiro e Lassance.  O dado faz parte da meta definida no plano de ação da empresa, que consiste em absorver os municípios com serviços autônomos. Na cidade barranqueira o esquema teria sido comprometido porque o caso se tornou público antes de uma articulação para convencer os diversos setores da sociedade.

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