Comunidades tradicionais do Norte de Minas, entre elas povos indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazanteiros e ribeirinhos, se reúnem no dia 25 de setembro, em Januária, para um encontro promovido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e pela Associação Comunitária Adiante, com apoio de diversas instituições. O evento será realizado no Centro Diocesano de Formação (CEDIF), das 8h às 17h.
“A Codevasf tem dado atenção especial aos povos tradicionais da região, participando diretamente de projetos estruturantes que promovem o desenvolvimento sócio econômico e valorizam a identidade cultural dessas comunidades”, destacou Romeu Souto Filho, Superintendente Regional da Codevasf em Minas Gerais, que espera a participação de mais de mil pessoas no evento, superando a quantidade de participação da edição anterior , que foi de 600 pessoas.
O tema escolhido para esta segunda edição é “Saberes da Terra, Educação Quilombola e Agricultura Familiar com Raízes da Resistência”, e dará continuidade as discussões iniciadas em 2023.
Para Alex Demier, Chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, são centenas de comunidades com problemáticas e desafios comuns entre elas, como as questões territoriais e acesso a direitos. Esses assuntos serão discutidos no seminário. O trabalho da Codevasf, de acordo com Alex, foca principalmente no apoio a infraestrutura, geração de renda e abastecimento de água e entre os arranjos produtivos estão a confecção quilombola, farinha, irrigação e apicultura. “São várias ações. Nesse seminário a gente acredita que haverá um protagonismo das mulheres, com desfile de moda quilombola. Duas confecções vão mostrar um desfile com suas produções e é um ponto muito interessante. Oportunizar alternativa de renda por meio da cultura deles”, diz Alex.
Neusa Neri é da Comunidade Quilombola de Riacho da Cruz e está nos preparativos para participar mais uma vez do evento. “ É uma oportunidade de mostrar e vender não só para o pessoal da nossa cidade, mas para o público que vem de outros estados. Esse trabalho é um meio de sustento para muitas pessoas “, declara. Sobre a parceria com a Codevasf ela ressalta que é um apoio importante e crucial no desenvolvimento da atividade. “Eles nos ajudam com capacitação, doação de tecido africano, porque nossa roupa tem essa característica. É o nosso maior suporte e foram eles que abriram essa porta”, conclui.