Antes mesmo da sua inauguração oficial na última semana de agosto, a Acelen Renováveis, empresa de Tecnologia e Inovação Agroindustrial, já impacta a vida de moradores do Norte de Minas. Localizada na zona rural de Montes Claros, no Distrito de Nova Esperança, a fábrica tem potencial para até 80 mil postos de trabalho pelos próximos 10 anos.
Valney Soares Costa, gestor voluntário da Cooperativa Riachão, que agrega 64 produtores, é um dos pioneiros na plantação do Macaúba. O trabalho começou com os tios Agnaldo, Hermes e Valdomiro. “ E devido a Macaúba ser um produto sustentável, o sonho deles era que chegasse uma grande empresa e se instalasse na região para trabalhar especificamente com o fruto. Um dos meus tios infelizmente faleceu ano passado, mas ele chegou a saber da empresa”, conta o produtor . Ele afirma que a plantação atual é de 10 hectares em áreas degradadas. “Trabalhamos com Macaúba desde 2004. Antes da pandemia chegamos a ter 400 famílias trabalhando com o côco Macaúba. Pós pandemia caiu para 200. A parceria com a Acelen vai acelerar o nosso processo de aumentar a produção. Nossa expectativa em um ano é chegar a mil extrativistas coletando o fruto”, disse. De acordo com Valney, além de Montes Claros, os municípios inseridos na área de extração, são, Coração de Jesus, Brasília de Minas, Mirabela, São João da Lagoa, São João do Pacuí e
Patis. “Coletamos o fruto num raio de aproximadamente 100 Km da cooperativa. A gente acaba sendo também referência pois vem pesquisadores até de outro país para estudar e ter contato conosco. Sonhávamos com a valorização do macaúba. É um momento especial que está se concretizando hoje”, complementa. Para ele, o trabalho é muito bom e há o sonho de que se perpetue por gerações. “A gente tenta inserir as gerações mais jovens. Poucos conheciam, e devido ao porte da Acelen muita gente hoje quer trabalhar”. A tia de Valney, Maria Eunice Costa, foi quem representou os agricultores durante a solenidade de inauguração.
Katia Regina Rodrigues Aquino, vereadora em Mirabela, também participou da inauguração da fábrica e falou sobre a sua afetividade com as experiências oriundas do fruto. Ela fez questão de lembrar, que já existe uma fábrica que tem o macauba como matéria prima, na divisa de Mirabela com Montes Claros,.“Eles produzem sabonete, shampoo, condicionador e o óleo, que é comercializado na região chegando até a capital Belo Horizonte. Sou incentivadora e consumidora. Esse momento aqui é ímpar para toda a região. Eles cresceram e agregaram, elevando a produção para o biocombustível”, declarou.
Marcela Barbosa é engenheira química e há um ano se desloca todos os dias para trabalhar na empresa. Ela comenta que é um dos melhores lugares para se trabalhar e participar da inauguração é a coroação do trabalho. “A empresa visa a energia renovável, e estar com os olhos do mundo voltados para cá nesse momento é muito importante. É um projeto pioneiro não só no Brasil como no mundo. Uma inovação na indústria. Orgulho é a palavra que me define hoje”, destacou.
Durante a inauguração da empresa, o CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, ressaltou que a macaúba é pesquisada e testada em pequena escala há mais de 70 anos, globalmente, e no Brasil, há cerca de 30 anos. “Integramos e potencializamos este conhecimento com tecnologia para garantir uma escala global. É um projeto que reúne instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades, centros de pesquisa e parceiros para soluções industriais, agroindustriais, rastreamento e certificação”, disse. O Ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, também destacou as infinitas possibilidades geradas a partir do fruto e disse que o projeto da Acelen destina 20% das plantações a Agricultura Familiar, de modo que o combustível não concorre com a plantação de alimentos.