minas do norte

Chuvas renovam esperanças dos produtores rurais

Em Espinosa, por exemplo, foram registrados cerca de 500 mm desde dezembro

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 31/01/2024 às 20:13.
Suely Santos, agricultora familiar da região do Pentáurea, expressa sua gratidão pelas chuvas (Arquivo pessoal)

Suely Santos, agricultora familiar da região do Pentáurea, expressa sua gratidão pelas chuvas (Arquivo pessoal)

Agricultores e pecuaristas do Norte de Minas comemoram o período chuvoso e repetem o jargão de que “chuva é bênção”. Para Maria Suely Santos, que integra a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea (Aspropen), em uma região extremamente seca como Montes Claros, Norte de Minas, qualquer gota de água é bem-vinda. Ela declara que, embora pareça muito, o volume de chuva não afetou a plantação.

“Pelo contrário. A chuva para nós é sempre melhor. O calor esquenta a terra e alguns alimentos não ficam bons. A chuva é importante para manter o lençol freático. A exceção é para as folhas, que não gostam da chuva”, explica Suely pontuando que a escassez de alimentos no mercado, como atualmente ocorre com o chuchu, é resultado do extenso período de estiagem e das elevadas temperaturas.

Patrícia Fuji, também associada da Aspropen, reitera a fala da colega em relação às hortaliças. “Os prejuízos são visíveis. As folhosas, como a alface, não aguentam. O mesmo acontece com a abobrinha italiana, o tomate. Tem vários alimentos muito sensíveis à chuva, mas a gente fica muito feliz com ela. É necessária para abastecer as nascentes e não faltar durante o período de seca que temos que enfrentar”, afirma. 

EXTREMO NORTE
Em Espinosa, localizada a 277 km de Montes Claros, no extremo norte do estado, o presidente do Sindicato Rural, Marcos Nogueira, destaca que as chuvas superaram as expectativas. Nogueira estima que, desde dezembro de 2023, tenha chovido aproximadamente 500 milímetros na cidade e em seus arredores. Como resultado, a represa, que estava com um volume inferior a 30%, hoje está atingindo cerca de 70% de sua capacidade. “Já estamos com a reserva boa, um volume de água bom para passar o ano, para dar continuidade ao projeto de irrigação. A chuva superou nossas expectativas”, relata o presidente pontuando que os produtores que estavam desanimados, ganharam um fôlego em 2024 — “No mês de dezembro foi bastante apertado para nós, bem seco. Agora a esperança veio para o produtor. Melhorou a criação, o pessoal teve mais reserva de pasto, então é muito bom, não só para os fazendeiros, mas para os agricultores também”.

Questionado sobre eventuais inconvenientes da chuva, Marcos declara que eles acabam sendo inevitáveis. O maior deles é a danificação das estradas, que incide diretamente no escoamento da produção. Quanto ao preço de alguns alimentos que sofrem aumento neste período, ele afirma que “muita gente se assusta, mas é uma consequência do que nós passamos seis meses atrás, que foi um período muito crítico de seca aqui na nossa região. Com a chuva a expectativa sempre é a de melhorar “, finaliza.

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