Oliveira Júnior
Correspondente
JANAÚBA – Há duas semanas não chove nesta cidade, mas o prefeito de Janaúba, Ivonei Abade Brito (PSDB) decretou essa semana situação de emergência no município em decorrência das chuvas no mês passado. Os prejuízos ultrapassam a R$ 2 milhões, segundo relatório do Comdec – conselho municipal de defesa civil.
Em fevereiro choveu dez vezes mais em relação ao mesmo período de 2006. De acordo com a unidade do 5º Distrito de Meteorologia, instalada em Nova Porteirinha, no mês passado choveu o correspondente a 397,67 milímetros em Janaúba. No ano passado a precipitação pluviométrica foi 39,7 mm no mesmo período.
Com esse volume de água houve o transbordamento da barragem Bico da Pedra e conseqüentemente a cheia do rio Gorutuba. A represa transbordou com lâmina d´àgua em 85 centímetros de altura – ontem o nível do transbordamento era 45 centímetros.
O relatório do Comdec aponta que o período chuvoso – no dia 14 choveu o correspondente a 80 mm – causou prejuízos à municipalidade e à população. O coordenador do Comdec de Janaúba, Waldimir Teles Filho, informa que 28 casas foram danificadas, sendo que três delas desabaram. O prejuízo com as residências, segundo Teles, é de R$ 151 mil.
DANOS EM PONTES
No perímetro urbano entre as cidades de Janaúba e Nova Porteirinha, separadas pelo rio Gorutuba, existem pelo menos cinco passagens. São duas pontes de concreto e uma de ferro, as três numa altura entre 25 metros e 30 metros do leito do rio; e ainda duas passagens com aterramento sobre manilhas. Essas duas passagens foram rompidas devido à cheia no rio Gorutuba.
A água passou por cima da travessia que liga o bairro São Vicente, em Janaúba, à comunidade de Matinha, em Nova Porteirinha. Essa travessia fica distante cerca de dois quilômetros da barragem Bico da Pedra. A outra travessia a ser danificada foi a passagem conhecida por ponte Nego Ró, que vai do bairro Nova Esperança, em Janaúba, ao acesso ao Projeto Gorutuba. A recuperação dessas travessias custará em torno de R$ 90 mil.
ESTRADAS E RUAS
As constantes chuvas prejudicaram alunos da zona urbana e também da cidade. A escola estadual Oscar Porto, no bairro Esplanada, ficou ilhada diante do acúmulo de água na obra da avenida Ecológica que passa no fundo da escola. Foi a segunda vez que a escola ficou ilhada e as aulas suspensas devido a falta de escoamento de água diante da lentidão da obra da avenida.
A secretaria municipal de Educação suspendeu dias letivos em escolas das comunidades rurais afetadas pelas chuvas. As estradas ficaram em estado precário de trânsito e com isso foi cancelado o transporte de alunos e professores.
Waldimir Teles cita que os danos maiores foram com as estruturas viárias, tanto nas áreas centrais e periféricas, quanto nas rurais, que destruíram estradas e ruas. Neste caso, o prejuízo é de mais de R$ 1.780.000,00. Teles afirma que serão necessários quase R$ 2 milhões para resolver esse problema de alagamentos. Esta semana foi iniciada a operação tapa-buraco.