Da Agência Minas
A secretaria de estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do programa Minas artesanal, colocará em breve, à disposição do consumidor nas gôndolas de estabelecimentos comerciais, alimentos e objetos artesanais produzidos pela agroindústria artesanal rural mineira. Queijos tradicionais, rapadura, doces, quitandas e outras delícias mineiras poderão ser adquiridas em supermercados.
O programa está sendo divulgado no estande da secretaria montado na 20ª Superminas (Convenção Mineira de Supermercados) realizada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), no complexo Expominas, em comemoração aos 35 anos da entidade. A Superminas é considerada o mais completo evento supermercadista do país. A expectativa dos organizadores é de até o dia 18, final do evento, cerca de 36 mil pessoas, a maior parte delas empresários do setor, visitem a convenção movimentando cerca de R$ 550 milhões, com 280 expositores participantes.
RESULTADOS FUTUROS
O secretário de Agricultura Pecuária e Abastecimento, Marco Antonio Rodrigues da Cunha, se diz satisfeito com a participação da secretaria na Superminas e otimista com os resultados futuros do programa. “O Estado possui uma produção artesanal muito rica e o Minas Artesanal vai abrir as portas para a comercialização”. Os produtos terão diferenciais como a qualidade, a rotulagem, a embalagem e a padronização de gôndolas em supermercados que estão sendo desenvolvidas com a participação da escola de design da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg). “A idéia é agregar valor ao produto, torná-lo atraente, dar garantia de qualidade e sanidade ao consumidor e garantir ao agricultor familiar uma renda complementar segura”, afirma o secretário.
“A Superminas é uma oportunidade para que o supermercadista comprove que a inclusão de produtos artesanais em estabelecimentos comerciais é totalmente viável”, afirma Marco Antonio. Segundo ele, os alimentos produzidos pela agroindústria artesanal possuem excelente de qualidade e atendem aos padrões de segurança exigidos, graças ao trabalho de orientação realizado pela Emater-MG para que os agricultores produzam dentro das normas técnicas ditadas pelo IMA.
INSERÇÃO NO MERCADO
O Minas artesanal vai disponibilizar cerca de R$ 6 milhões, recursos oriundos do Banco do Brasil, do Sebrae-MG e do governo do estado para investimento em tecnologia, infra-estrutura, profissionalização e desenvolvimento da capacidade empreendedora de agricultores familiares rurais para inseri-los no mercado. Dentre as ações previstas estão a capacitação em tecnologia de processamento e gestão de empreendimento, construção e reforma de unidades de processamento artesanal de alimentos e criação de espaços físicos e canais de comercialização, além do desenvolvimento de um projeto de marketing dos produtos artesanais.
O público-alvo do programa são agricultores familiares, assentados de reforma agrária, quilombolas e artesãos rurais do Estado. Um dos objetivos é dar suporte à geração de renda complementar incentivando a industrialização de alimentos e objetos artesanais. O Minas Artesanal prevê ainda a inserção, em cinco anos, de 6. 500 agricultores familiares e artesãos rurais no mercado, a implantação/reforma de 700 agroindústrias e a instalação de 100 quiosques ou gôndolas, padronizadas, em supermercados. Em sua fase inicial será priorizado o atendimento a regiões consideradas de menor dinâmica econômica como os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas com uma seleção de 30 produtos, 20 deles, agroalimentares.
SOCIAL E CULTURAL
A agroindústria artesanal e o artesanato rural representam hoje, grande importância econômica, social e cultural para as famílias já que se constitui em uma fonte de renda. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), a agricultura de base familiar ocupa 14 milhões de pessoas, mais de 60% do total de agricultores, e ocupa 75% dos estabelecimentos comerciais do país.
A secretaria de Agricultura e a Amis assinaram também um acordo de cooperação mútua para a realização de ações que previnam a perda de produtos, principalmente hortigranjeiros. A idéia da parceria é o combate ao desperdício por meio da conscientização efetiva dos setores envolvidos e da criação de condições que viabilizem o controle da perda destes alimentos.
Dentre as ações previstas pela secretaria estão a realização de pesquisas e formação de pessoal especializado para atuar na área de prevenção. As perdas do setor supermercadista apresentam números alarmantes: R$ 550 milhões do faturamento do setor são desperdiçados. Ao longo da cadeia produtiva de hortigranjeiros, a perda pode chegar a 40% da quantidade colhida.