Em 2005 houve 14 casos de Leishimaniose, e no ano passado número caiu para 9
Oliveira Júnior
Correspondente
JANAÚBA – O número de casos de Leishmaniose Visceral, também conhecida por calazar, diminuiu em 35,72% no município de Janaúba entre 2005 e 2006. No ano passado foram 5 casos a menos em relação ao ano anterior, conforme dados do Departamento de Zoonose de Janaúba. Em 2004 houve uma epidemia de calazar – um caso para cada grupo 1.500 habitantes, considerando a população de 70 mil moradores em Janaúba.
Vacinação e coleta de sangue em cachorro são ações de prevenção ao calazar (Foto:Oliveira Júnior)
De acordo com Angélica Fernandez, coordenadora do Departamento Municipal de Zoonose, nos últimos dois anos houve uma intensificação no combate ao calazar e com isso ocorreu a redução nos casos. – Hoje a situação é tranqüila em relação aos 46 casos registrados em 2004. Os agentes de saúde fazem constantes vistorias e a população está consciente quanto à prevenção – explicou a coordenadora.
Segundo Angélica Fernandez, em 2005 houve 14 casos de Leishimaniose Visceral em Janaúba e no ano passado o número caiu para 9. Ela salienta ainda que de 1999 a 2004 houve elevação na quantidade, ano a ano. Em 1999 foram apenas três casos de calazar. Para o Departamento de Zoonose isso talvez seja influenciado pela pequena abrangência do PSF – programa da saúde da família – no município. Em 2000 foram 5 casos; em 2001, 12; em 2002, 21 casos; em 2003, 37 e em 2004, 46 casos de calazar.
– Estamos com uma equipe de 30 agentes de saúde, inclusive com o pessoal da Funasa (Fundação Nacional de Saneamento) que prestam orientação aos moradores sobre os cuidados com o cachorro, manter a casa e o quintal limpos e conselho quanto à poda de árvores como forma de evitar a proliferação do transmissor do calazar – citou Fernandez.
CALAZAR NOS BAIRROS
Conforme levantamento do Departamento de Zoonose, os bairros Cerâmica, Gameleira, Izaías Pereira, Padre Eustáquio, Ribeirão do Ouro, Rio Novo e Santa Cruz são os que mais requerem ações intensivas no combate à Leishmaniose Visceral. Em 2004, esses bairros (com exceção do Santa Cruz) responderam por 65,21% dos 46 casos de calazar.
O bairro Gameleira, que em 2004 respondeu por 17,39% dos casos, não registra calazar nos últimos dois anos. No bairro Rio Novo houve um (11,11%) caso no ano passado contra nenhum em 2005 e sete (15,21%) em 2004. No Ribeirão do Ouro também houve redução considerável dos casos: de 6 (1,04%) em 2004 para um em 2005 e outro no ano passado.
Em 2006 os 9 casos de calazar em Janaúba, por bairros, foram os seguintes: Esplanada (2), Saudade (2), Nova Esperança (1), Ribeirão do Ouro (1), Rio Novo (1), Santa Cruz (1) e São Gonçalo (1).
DINHEIRO
A Secretaria de Estado de Saúde repassará ao município de Janaúba a quantia de R$ 105.600,00 para execução do Plano de Intensificação das Ações para Controle da Leishmaniose Visceral que objetiva reduzir a morbi-mortalidade pela Leishmaniose no estado e visa intensificar as atividades específicas do programa e fortalecer as vigilâncias municipais em relação ao controle da doença; coletas de sangue de cães para exames específicos, medidas de manejo ambiental e educação em saúde; a borrifação com produtos químicos nas residências, quando em áreas de transmissão intensa e moderada.
A transferência do valor referente a cada prefeitura será feita em parcela única, sendo destinada, exclusivamente, para contratação de agentes de campo. No caso de Janaúba serão 16 agentes. O custo médio estimado por agente será de R$ 550,00 por mês.
A DOENÇA
A Leishmaniose Visceral, também conhecida como Calazar, é uma doença grave que acomete as pessoas e alguns animais. É causada pela Leishmania, que é um parasita encontrado no sangue de cães contaminados e pode passar para o homem a partir da picada do inseto (Flebótomo). A doença é grave e pode matar, mas tem tratamento em humanos. Basta ficar de olho nos sintomas e procurar uma unidade de saúde mais próxima. O tratamento é gratuito.
Os principais sintomas da doença no homem são febre durante muitos dias, perda de apetite, emagrecimento, palidez, tosse seca, fraqueza e com o passar do tempo, o doente apresenta aumento do fígado e baço.