O resultado da eleição presidencial no último domingo (30) desencadeou uma série de protestos em todo o país. No Norte de Minas, assim como em várias regiões, apoiadores do derrotado Jair Bolsonaro (PL) bloquearam rodovias, causando muitos transtornos.
Dois dos pontos interditados foram no KM 581 da BR-135 em Corinto, onde uma manifestação começou por volta das 19h da última segunda-feira (31). O bloqueio demorou cerca de 12 horas – trânsito foi liberado na manhã de terça.
Outro trecho foi no KM 481da BR 251, em Francisco Sá, também liberado.
Ainda no Norte de Minas foi registrado trânsito parcialmente interditado fluindo pare e siga no KM 369, saída de Montes Claros para Bocaiúva, com muita lentidão no trecho. Em vários momentos, ficou completamente interditado.
Houve também interdição na MGC-122 na chegada de Janaúba e no KM 313 no trevo de Salinas.
Preocupação com a viagem de caminhões carregados de frutas vindas de Jaíba, onde está o maior projeto de irrigação da América Latina. Houve interdição na MG-401 entre Jaíba e Matias Cardoso e na LMG-633 (comunidade de Mocambinho).
Um caminhoneiro que estava parado na saída da BR-135, sentido Belo Horizonte, com carga de alimento – e que preferiu não se identificar – comentou sobre o atraso na viagem.
“Esse bloqueio é uma pouca vergonha e não há necessidade disso tudo. Há doentes que estão na estrada precisando de tratamento e a alimentação está estragando. Os caminhoneiros acabam levando a fama de ruim por causa de pessoas que não aceitaram a derrota do seu presidente. Se a gente passar é apedrejado e quem esta por trás disso são baderneiros”, opina.
Ao ser perguntado se quem esta fazendo o bloqueio está recebendo,ele respondeu que não poderia falar.
PRF é alvo de reclamações
Ana Clarete da Silva Fernandes, produtora do projeto Jaíba, desabafou a respeito da dificuldade de transportar seus produtos. “Meu marido, que é caminhoneiro, ficou parado o dia e a noite inteira na rodovia, como se fosse um refém, com produtos que seguiam para Uberlândia. Se insistir em passar os manifestantes vão agredir e depredar os nossos veículos. Tenho certeza que ninguém queria estar parado e que a maioria queria seguir viagem. Revoltante quando falam greve do caminhoneiro denegrindo essa classe trabalhadora que quer apenas trabalhar”, ressalta.
Ana reclamou, ainda, da falta de iniciativa da Polícia Rodoviária Federal. “A policia chegou e não fez nada. O que dava entender é que estavam do lado de quem fazia o bloqueio”, reclama a produtora. Por causa do bloqueio nas estradas, foi registrada falta de combustível em alguns postos da cidade.
O QUE DIZ O SINDICATO
O NORTE entrou em contato com Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Montes Claros (STTR-MOC). O retorno dado pelo órgão é que não havia recebido Apenas que não havia” nenhum comunicado superior” a respeito da situação.