Ao contrário de outros setores, agronegócio cresce e produtos do Estado são enviados para mais de 150 países
(Lucas Prates)
Em um mundo que cada vez mais necessita de alimentos com o crescimento populacional previsto para os próximos anos, Minas deixa de ser um Estado meramente exportador de minério de ferro para consolidar o agronegócio. As estimativas dão conta que em 2050 o planeta terá mais 2 bilhões de habitantes, o que significa 40% a mais do que é produzido, em escala mundial, em alimentos. Atualmente, somos 7,6 bilhões de pessoas.
Diante destas perspectivas, Minas apresenta grande potencial, juntamente com o Brasil e suas possibilidades de expansão de áreas plantadas. Entre janeiro e junho deste ano houve um crescimento de 13,29% nas exportações de produtos agrícolas Made in Minas Gerais quando comparado com o mesmo período do ano passado. Destaque para o café, os queijos, as frutas e a carne bovina. Todos, à exceção do café, registraram incremento tanto no volume embarcado quando no faturamento contabilizado em dólares.
De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) o agronegócio mineiro tem expandido suas fronteiras e já desembarca e alimenta famílias em 156 países. Destaque para a China, com 20,6% do que é exportado, seguido dos Estados Unidos (10,3%), Alemanha (8,7%), Itália (5,7%) e Japão (5,2%).
BANANAS
Um dos grandes incentivadores da exportação de alimentos brasileiros, em especial os mineiros, é o chamado ‘mercado da saudade’. São brasileiros que se mudam para o exterior e sentem saudades, por exemplo do café, do pão de queijo e das frutas típicas. Além de levarem o produto para consumo próprio, as iguarias despertam a atenção dos estrangeiros e assim tem início um fluxo comercial.
A banana do tipo prata já chega aos mercados belga, francês e britânico. Mas ainda exige muita pesquisa para garantir sua conservação, por enquanto são despachados pequenos lotes que seguem de avião, pois por via marítima correm o riso de chegarem deteriorados a seu destino. Mas pelo menos 500 kg mensais são enviados aos EUA. “Estamos nos esforçando para obter viabilidade econômica para estas operações”, garante a gerente-geral da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Ivanete Pereira. A região também exporta limão do tipo Taiti e Manga.
Números apresentados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) também registraram, de uma maneira geral, em toda a Região Sudeste, um incremento nas exportações brasileiras – 24,6% – quando comparados os dois primeiros semestres de 2016 e deste ano.