Com 40 anos de operação, o Aeroporto Mário Ribeiro, em Montes Claros, foi arrematado por um grupo espanhol em leilão realizado pela Bovespa. O pacote inclui outros 11 terminais no país – entre eles os de Uberaba e Uberlândia – e totalizou o valor de R$ 2,45 bilhões. A iniciativa privada passa a responder pela fatia de 91,6% do tráfego aéreo nacional.
O Mário Ribeiro passou por reforma recente, que durou 19 meses. Foi entregue à população em abril. Orçada em R$11,3 milhões, a obra foi financiada pela Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac).
O espaço físico que era de 733 m² foi ampliado para 1.857,61 m². A capacidade anual saltou de 600 mil passageiros para 1,5 milhão.
Outras áreas e serviços foram afetadas positivamente, entre elas, a de alimentação, com duas cafeterias disponíveis no saguão e sala de embarque. Foram incorporados mais balcões de atendimento, balança, esteira e uma porta de acesso exclusiva para o desembarque. Outros serviços como locadora de automóveis e caixas eletrônicos estão ativos, de acordo com passageiros.
O servidor público R. A. viaja todo mês a B elo Horizonte para tratamento de saúde do filho. Ele relata que as melhorias trouxeram mais conforto, mas destaca que ainda existem pontos a serem tratados.
“As mudanças ajudaram na questão da acessibilidade. Não tinha rampa, acesso largo para quem precisa usar cadeira de rodas e isso foi resolvido. Espero que o grupo responsável altere, por exemplo, o acesso da sala de embarque até a aeronave ”, comentou, explicando que em dias de chuva ou frio, o passageiro fica prejudicado e no seu caso específico que leva o filho no colo, o risco é maior.
“O acesso é por uma área externa. Você sai e anda por uma calçada ao lado da pista até chegar em frente a aeronave. Se estiver chovendo, o máximo que fazem é disponibilizar um guarda-chuva. Em Belo Horizonte, eles usam um ônibus. Aqui talvez por ser uma distância menor, ônibus não seria possível, mas uma passarela com cobertura melhoraria muito”, sugere.
PREÇOS ALTOS
O professor e cantor lírico Roberto Mont´Sa também fez ponderações.
“Tem que melhorar o preço da passagem entre Montes Claros e Belo Horizonte. Paguei mais caro do que quando fui a Curitiba”, relatou. Ele diz, que às vezes opta por viajar de carro em vez de avião.
Para o economista Aroldo Rodrigues, que viaja semanalmente para destinos como BH e São Paulo, o aeroporto local funciona bem e os serviços oferecidos são compatíveis com a realidade da região.
“Não tenho do que reclamar. Se comparado a outras cidades do mesmo porte em Minas, o aeroporto de Montes Claros é superior. Tem um bom café. Acho que não caberia, por exemplo, restaurante ou loja de conveniência, porque não tem volume. Quanto à logística é excelente para uma cidade do interior: conecta com os principais destinos de forma bem ágil”, comentou.
O site do Aeroporto Mário Ribeiro disponibiliza telefones de contato dos serviços que estariam ativos. No entanto, a reportagem ligou para todos os números listados e nenhum atendeu ou o número não correspondia.
Procurado, o representante da Infraero em MOC informou que a transição para o novo grupo será no 1º semestre de 2023.
Por e-mail, detalhou a reforma realizada antes da privatização. E em relação a um possível levantamento de itens a serem melhorados, solicitado pelo O Norte, não houve retorno até o fechamento da edição.